O primeiro-ministro destituído do Sri Lanka, Ranil Wickremasinghe, recusou-se hoje a abandonar a sua residência oficial, após ser destituído pelo Presidente Maithripala Sirisena, que também suspendeu as funções do Parlmento cingalês.
O Presidente do Sri Lanka suspendeu, no sábado, o parlamento até 16 de novembro, apesar de o primeiro-ministro que demitiu afirmar ter o apoio da maioria. Sirisena informou Ranil Wickremasinghe, na sexta-feira, de que seria substituído pelo antigo ex-Presidente Mahinda Rajapaksa.
Wickremasinghe permanece este domingo na sua residência oficial de “Temple Trees”, segundo comprovou a agência de notícias espanhola EFE, depois do ultimato lançado no sábado pela oposição liderada por Rajapaksa, cuja nomeação criou uma grave crise no país.
O presidente do parlamento, Kary Jayasuriya, expressou hoje a sua preocupação com a suspensão do parlamento até novembro e apelou ao chefe de Estado que o mais cedo possível permita o retorno das atividades parlamentares, qualificando o momento atual de uma “crise política e constitucional séria“.
A suspensão do parlamento ocorreu enquanto o primeiro-ministro Wickremesinghe dava uma conferência de imprensa, na qual afirmava poder provar que tinha apoio maioritário dos deputados.
A Índia referiu que está a seguir de perto a situação no Sri Lanka, mostrando alguma preocupação, partilhada por vários países da União Europeia e pelos Estados Unidos.
Por seu lado, a organização não-governamental para os direitos humanos Human Rights Watch afirmou num comunicado que a nomeação de Rajapaksa “suscitou receios sobre o regresso de táticas abusivas do passado”.
O controvertido ex-Presidente Rajapaksa, que governou o país entre 2005 e 2015, foi acusado por muitas organizações pela campanha militar para acabar com os rebeldes Tamis em 2009, que resultou em 40.000 civis mortos.
// Lusa