O Governo italiano convocou, para a próxima quinta-feira, uma reunião de crise para debater o aumento do preço das massas.
A inflação chegou ao produto alimentar favorito dos italianos. A Reuters avança que o Governo do país convocou uma reunião de crise para tratar do aumento dos preços das massas, que subiram quase o dobro da taxa de inflação da Itália no mês passado.
Adolfo Urso, ministro da Indústria do país, convocou o encontro para esta quinta-feira. Em cima da mesa está a discussão sobre novas formas de abrandar o aumento do preço do produto básico favorito do país, naquela que será a primeira reunião da nova Comissão de Alerta de Preços para analisar as dinâmicas dos preços em Itália.
Membros do Governo, autoridades competentes e associações comerciais e de consumidores participarão nesta reunião.
A massa, um produto-estrela presente nos pratos mais famosos de Itália e um alimento básico para milhões de famílias italianas, tem enfrentado pressões sobre os preços nos últimos dois anos, na sequência do aumento do custo da energia e dos bloqueios nas cadeias de abastecimento, que fazem aumentar o custo do trigo.
O ministério, tutelado por Adolfo Urso, indicou que o custo do esparguete e de outras massas aumentou 17,5% em março, apesar da descida dos preços do trigo. Nesse mês, o Índice Harmonizado de Preços do Consumidor (IHPC) registou um aumento global de 8,1%.
Coldiretti, um grupo agrícola italiano, também fez saber que o aumento dos preços da massa representava uma “anomalia que precisa de ser esclarecida“, dado que o preço do ingrediente-chave “caiu 30%” em relação ao mesmo período do ano passado, noticia a Ansa.
O grupo de consumidores Assoutenti apresentou, recentemente, uma queixa ao Ministério das Empresas de Itália depois de calcular que os aumentos de preços estavam a custar às famílias italianas mais 25 euros este ano.
A União Nacional dos Consumidores disse que, até que a especulação sobre os preços do trigo seja definida como uma “prática desleal“, o preço da massa no país pode permanecer elevado.
É de salientar que a inflação italiana aumentou ainda mais em abril, para 8,8% em termos anuais, impulsionada por um novo aumento dos preços da energia, de acordo com dados da agência nacional de estatística ISTAT.
A verdade é que, apesar de a inflação estar a abrandar em toda a zona euro, os preços dos alimentos continuam altos. De acordo com a economista Maartje Wijffelaars do Rabobank Group, os preços da comida estão a subir a um ritmo inédito desde a II Guerra Mundial.