Quase 100 portugueses expulsos do Luxemburgo: não tinham rendimentos próprios

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Mais de 300 estrangeiros foram alvo da estratégia do Governo e agora há mais cartas a chegar a portugueses e a outros estrangeiros.

O Governo do Luxemburgo está a “convidar” estrangeiros a deixar o país. Estrangeiros que recebem apoios sociais, sublinhe-se.

Segundo o Contacto, 323 cidadãos estrangeiros da União Europeia já foram mesmo expulsos do Luxemburgo só nos últimos três anos – e a maioria (89) eram portugueses; a maior comunidade de imigrantes no Grão-Ducado é precisamente a portuguesa.

Esse aviso pode ser feito há 17 anos mas, ao longo dos últimos meses, o Governo liderado por Partido Popular Social Cristão (eleito em 2023, menos “amigo” da imigração) tem intensificado essa ameaça de expulsão.

Centenas de imigrantes estão a receber cartas de ameaça porque só recebem apoios sociais e representam “encargos irrazoáveis” para o Estado. A carta não está a chegar a todos os imigrantes que recebem apoios sociais; é enviada aos que são mesmo um custo maior para o Estado, que estão a receber apoios estatais há muito tempo, e com muito dinheiro à mistura.

Os critérios “não são claros” mas o público-alvo é claro: quem vive de apoios sociais, incluindo “pessoas doentes que não podem trabalhar”.

O mesmo jornal, Contacto, descreve este “pesadelo”, que é anunciado numa carta de “afastamento” enviada pela Direção-Geral de Imigração do Luxemburgo.

Essa carta avisa que, ou o imigrante em causa arranja um rendimento próprio (com contrato de trabalho), ou têm que sair do Luxemburgo um mês depois de serem notificados. Pode continuar a circular no Luxemburgo, mas não viver lá.

Mas nem todos os portugueses estão a sair, mesmo depois de receberem a tal carta.

Sérgio Ferreira, director na Associação de Trabalhadores Imigrantes, contou à TSF que alguns estão a obedecer, outros não.

Ficam em situação irregular, mas arriscam e não deixam o Luxemburgo. “Sujeitam-se a situações de exploração, a falta de cobertura se tiverem um acidente… É sempre uma escolha arriscada, mas alguns estão a fazer isso”.

ZAP //

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