Portugal é cobaia para UE aprender a dar resposta ao terrorismo

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António Pedro Santo / Lusa

Polícias de vários países dos Estados Membros da União Europeia treinaram, em Belas, técnicas de intervenção em cenários que envolveram explosivos e ameaças radiológicas, biológicas e/ou químicas.

Polícias de todos os estados-membros da União Europeia (UE) estiveram a aprender a fazer reconhecimento, análise e inativação de explosivos na Unidade Especial de Polícia (UEP), em Belas (Sintra).

Num exercício simula-se a intervenção num laboratório onde existem materiais explosivos e agentes químicos.

A ideia, segundo o comissário da PSP Arménio Liceia, é aproximar ao máximo o treino de uma resposta em cenário real, como o envio de cartas suspeitas, ameaças de bomba ou incidentes com cargas radioativas ou químicas potencialmente intencionais. Apesar de reconhecer que em Portugal não há essa experiência, por se lidar apenas com ameaças não concretizadas ou falsas, sublinha que a preparação vai mais longe do que a realidade.

Portugal até elevou na última semana o nível de ameaça terrorista de “moderado” para “significativo” (o segundo patamar numa escala de quatro), com o agravamento das tensões internacionais na sequência do conflito entre Israel e o Hamas.

O comissário da polícia referiu, no entanto, que esta formação é essencial para todos os países ‘falarem a mesma língua’ perante ameaças transnacionais.

“O nosso nível de empenhamento e preparação para a resposta tem de ser sempre máximo, porque não podemos estar à espera de que haja um evoluir prévio para que nos preparemos ‘a posteriori’. Portanto, o interesse é estar antecipadamente preparado”, sublinhou.

Observadores ucranianos participaram

Entre os participantes estão dois observadores ucranianos, devidamente autorizados pela Comissão Europeia, que procuram em Portugal adquirir mais conhecimentos para responder a possíveis ameaças russas na guerra que assola o país desde fevereiro de 2022, com vista a poderem formar no futuro mais colegas na Ucrânia.

“A guerra na Ucrânia continua, infelizmente, e a Ucrânia está fortemente contaminada com diferentes tipos de munições e armas. Estamos a fazer a tarefa de limpeza para tornar a nossa terra segura para o nosso povo e as nossas crianças. É por isso que estamos aqui”, assume Volodymyr Gromiak.

Segundo o polícia ucraniano e especialista em explosivos, “a Rússia está a usar diferentes tipos de armamento” e não podem ser descartadas ameaças biológicas, químicas ou nucleares.

A ação de formação, que começou na segunda-feira e acaba esta sexta-feira, é já a segunda nesta área, depois de outros 16 formandos europeus terem estado em Portugal há duas semanas.

ZAP // Lusa

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