Na última semana, a missão Júpiter, lançada pela Agência Espacial Europeia, foi notícia em vários meios de comunicação portugueses.
Ao seu comandos está Bruno Sousa, enquanto diretor das operações de voo, mas nela também esteve envolvido Luís Rolo, engenheiro de antenas.
Para além desta participação lusa, outra informação saltou aos olhos de muitos: o tempo que a nave espacial vai demorar a chegar ao destino. É expectável que esta alcance a superfície de Júpiter em 2031, após uma viagem de oito anos.
No entanto, as sondas enviadas para a recolha de imagens ou outros elementos informativos demoraram entre dois anos e 13 meses. Então, como se justifica a diferença? De acordo com o IFL Science, o tempo que se demora tem muito a ver com o objetivo da viagem.
Caso o objetivo da missão passe por entrar na órbita do planeta, pode ser preciso adotar uma rota diferente — e, provavelmente, mais longa. A velocidade a que se viaja parece ser também um elemento essencial, o que nos remete para fórmulas matemáticas que incluem elementos como a força necessária para o lançamento.
“Para ajudar, os engenheiros aeronáuticos podem contar com a manobra de ajuda à gravidade”, explica Ignacio Tanco, diretor de operações da missão.
“Esta é a única forma que encontramos de obter velocidade extra do Sistema Solar. E é de facto um método muito viável, mas implica voar de uma certa forma, muito precisa, e atingir alvos nas órbitas em torno destes planetas que têm dezenas de quilómetros de largura”.
A medida que uma nave espacial sobrevoa um planeta, a gravidade reduz a velocidade orbital do planeta, ou seja, a órbita do planeta torna-se ligeiramente maior.
A diferença é tão pequena que nem sequer são mensuráveis pelo melhor instrumento que temos, mas faz uma enorme diferença para as sondas.
No que respeita à missão Juice, passará por Vénus uma vez e pela Terra três vezes, com a última passagem a acontecer em Abril de 2029, pouco mais de dois anos antes de chegar a Júpiter.