O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse este domingo que a Polícia Militar vai voltar a ocupar o Complexo do Alemão, favela onde uma criança morreu na semana passada durante um tiroteio.
Eduardo de Jesus Ferreira, de dez anos, morreu com uma bala na cabeça, na quinta-feira, em casa, numa das favelas do Complexo do Alemão (zona pobre no norte da cidade), durante um tiroteio entre agentes e traficantes de droga. A família afirma que Eduardo foi abatido por um agente policial.
De acordo com a polícia do Rio de Janeiro, a tragédia aconteceu quando os homens que patrulhavam a zona foram “recebidos a tiro pelos criminosos da comunidade do Areal”, uma das favelas do Complexo do Alemão, tendo sido atingida uma criança durante o tiroteio que se seguiu.
“Nunca me vou esquecer da cara do polícia que acabou com a minha vida. Quando corri para ir falar com ele, apontou-me a arma e eu disse-lhe: ‘Podes matar-me, a minha vida acabou'”, contou a mãe, Terezinha, ao portal de notícias G1.
Quatro pessoas, incluindo Eduardo, morreram a tiro, e três ficaram feridas no Rio de Janeiro, entre quarta e quinta-feira.
A morte da criança originou uma manifestação, na sexta-feira, no Alemão, reprimida com gás lacrimogéneo pela polícia, e novo protesto no sábado, o qual decorreu de forma pacífica.
Luiz Fernando Pezão disse que o fortalecimento de algumas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) tem vindo a ser discutido, entre as quais se inclui a relativa ao Complexo do Alemão.
“Nesses três meses de governo, já formamos mais de 1.100 policiais militares e vamos intensificar a ocupação no Alemão”, disse, descartando solicitar apoio das Forças Armadas.
Os traficantes de droga têm procurado retomar o controlo do gigantesco conjunto de favelas conhecido como Complexo do Alemão, onde a polícia reforçou a presença nos últimos anos. Segundo a imprensa brasileira, que cita dados oficiais, as UPP do Complexo do Alemão contam atualmente com 1.230 policiais militares.
/Lusa