Rodrigo Antunes / Lusa

Líder do grupo de extrema-direita 1143 vai cumprir pena de prisão de 2 anos e 10 meses por incitamento ao ódio e violência.
O militante neonazi Mário Machado foi hoje detido em sua casa, em cumprimento de um mandado de detenção relativo à condenação a dois anos e 10 meses de prisão por discriminação e incitamento ao ódio e violência.
Segundo o seu advogado, José Manuel Castro, o militante neonazi foi detido cerca das 16:30 e será encaminhado para o Estabelecimento Prisional de Lisboa, de onde pedirá para ser transferido para a cadeia das Caldas da Rainha.
“A perseguição foi tão feroz que nem deram tempo para o Mário Machado se entregar. Foi para o EPL, onde ficará provisoriamente”, confirmou ao Expresso o advogado.
Mário Machado tinha anunciado que iria entregar-se na próxima segunda-feira, 26 de maio, pelas 15:00, no Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha, um anúncio que “terá antecipado sem qualquer necessidade” a detenção, considerou José Manuel Castro.
Até ao final da manhã de quarta-feira o advogado não tinha qualquer informação sobre a emissão de um mandado de detenção.
O militante neonazi foi detido para cumprimento de pena depois de ter perdido o último recurso que lhe era possível, no Tribunal Constitucional, no processo em que foi condenado por publicações na rede social X (antigo Twitter) contra mulheres de esquerda que visaram em particular a professora e ex-dirigente do Movimento Alternativa Socialista (MAS) Renata Cambra.
O recurso para o Tribunal Constitucional aconteceu depois de o Tribunal da Relação ter confirmado a pena da primeira instância e ter rejeitado as alegações de Mário Machado de que as declarações em julgamento eram um “exercício de humor”.
Em causa neste processo estavam mensagens publicadas na rede social, atribuídas a Mário Machado e Ricardo Pais — também condenado neste processo —, em que estes apelavam à “prostituição forçada” das mulheres dos partidos de esquerda, e que visaram em particular Renata Cambra.
Mário Machado e Ricardo Pais foram condenados em primeira instância a 07 de maio de 2024, tendo na altura, o advogado de defesa José Manuel Castro manifestado a sua surpresa com a sentença, considerando-a “injustificada e pesada” e a esperança numa absolvição de Mário Machado pela Relação de Lisboa, o que não se verificou.
A Relação de Lisboa confirmou esta quinta feira que”os antecedentes criminais do recorrente afastam a possibilidade de aplicação de qualquer pena que não seja de prisão, a cumprir efetivamente em estabelecimento prisional”.
ZAP // Lusa