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Pode ter sido descoberta a bactéria que levou ao fim da civilização Asteca

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Pixabay

Complexo arqueológico de Teotihuacán (México) que testemunha o esplendor da civilização Asteca.

Complexo arqueológico de Teotihuacán (México) que testemunha o esplendor da civilização Asteca.

Uma equipa de investigadores acredita ter encontrado as provas genéticas que confirmam que o Império Asteca desapareceu no seguimento de uma doença levada pelos conquistadores europeus.

Ninguém conseguiu ainda explicar o que motivou a redução drástica desta civilização dos cerca de 25 milhões de pessoas, aquando da chegada dos europeus em 1519, até apenas cerca de um milhão um Século mais tarde.

Cerca de 80% da população Asteca terá desaparecido entre 1545 e 1550 e várias teorias defendem que a culpa foi das doenças levadas pelos europeus, nomeadamente sarampo, varíola ou tifo, mas até agora, não havia evidências concretas que o confirmassem.

Mas uma equipa de investigadores do Instituto alemão Max Planck Para a Ciência da História Humana acredita que detectou provas de uma estirpe primitiva e mortal de salmonela, que terá contribuído para o colapso Asteca, depois de sequenciar fragmentos de ADN retirados dos dentes de 29 corpos enterrados em Oaxacan, no sul do México.

“A equipa separou o ADN bacteriano do ADN humano e, depois de comparar os resultados com mais de 2700 genomas bacterianos modernos, descobriu que várias das pessoas que testaram pareciam ter sido infectadas por uma estirpe mortal de salmonela entérica chamada Paratyphi C“, destaca o Science Alert, que divulga a investigação.

Trata-se de uma estirpe rara de salmonela que ainda existe nos dias que correm, especialmente nos países em vias de desenvolvimento, e que provoca a febre entérica, uma doença similar à febre tifóide, mas com sintomas mais ligeiros, incluindo septicemia, febre, vómitos e diarreia.

A salmonela Paratyphi C pode ser transmitida pela água e por alimentos como leite e vegetais crus, mariscos e ovos.

Os geneticistas do Instituto Max Planck acreditam que esta estirpe de salmonela “contribuiu para o declínio da população [Asteca] durante o surto de 1545 no México”, provocando a morte de milhões de nativos, conforme destacam no estudo publicado no site bioRxiv.

Em 1576, terá ocorrido outro surto da doença que terá vitimado mais uns milhões de Astecas.

Convém destacar que esta investigação ainda vai ser alvo de revisão e que está, por isso, a ser encarada com cautela. Alguns cientistas que não estiveram envolvidos no estudo estão cépticos com os resultados.

Mas o que é certo é que outra investigação, também divulgada no site bioRxiv, parece confirmar a teoria dos cientistas do Max Planck, apontando ter detectado provas da existência de Salmonela Paratyphi C na Europa, cerca de 300 anos antes de alegadamente ter causado a tal epidemia letal no México.

Esta pesquisa da Universidade de Warwick no Reino Unido foi feita a partir do genoma bacteriano retirado de uma mulher enterrada na Noruega, em 1200, e é “a mais antiga evidência genética conhecida da estirpe de Salmonela Paratyphi C, podendo ser um sinal de que esta “circulava na Europa, antes de os colonos europeus chegarem ao México”, destaca o Science Alert

ZAP //

1 Comment

  1. Desculpem, mas a legenda da imagem (bem como o uso desta última, a bem dizer) contém um erro: Teotihuacán não é uma cidade asteca… A civilização que edificou Teotihuacán – nome atribuído pelos astecas, vários séculos após a cidade ter sido abandonada, e que significa “Lugar dos deuses” ou “Lugar daqueles que conhecem o caminho dos deuses” – conheceu o seu máximo florescimento por alturas de 400/450 d.C. (século V da nossa era), ou seja, pelo menos uns bons oitocentos anos antes do esplendor dos astecas…
    A grande pirâmide do sol, visível na fotografia que ilustra (mal) o artigo, terá sido concluída por volta de 100 d.C., isto é, mais de mil anos antes dos mexicas (o povo/etnia que deu corpo à civilização asteca), então ainda semi-nómadas, terem fundado a sua própria capital, Tenochtitlan, futura capital do império asteca, cujas ruínas se encontram sob a moderna Cidade do México.

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