Virologista acredita que a variante Ómicron veio substituir a Delta, num processom semelhante ao registado com a Alpha.
No mesmo dia em que um grupo de cientistas franceses anunciou a descoberta de uma nova variante do novo coronavírus, responsável pela doença da covid-19, Pedro Simas, virologista, desvalorizou a ameaça que poderá provir da estripe, intitulada IHU, por entender que “a probabilidade de esta variante (…) se tornar prevalente é muito pequena“.
“Compare com a Ómicron. A Ómicron foi identificada nos primeiros dias de novembro, nos arredores de Joanesburgo. Em duas semanas, ela subiu a sua prevalência para 6%. A meio de dezembro, atingiu um pico e tinha uma dominância de quase 100%. Teve uma progressão vertiginosa“, começou por explicar. “A probabilidade de esta variante que agora foi descoberta em França se tornar a prevalente é muito pequena.”
Para o especialista, o facto de a variante Ómicron ser tão transmissível pode ter consequências na circulação das outras estripes, que não conseguem ganhar terreno tão facilmente. “Outras variantes só conseguirão substituir a Ómicron se forem mais contagiosas. Assim como a Delta acabou com a Alpha, a Ómicron acabou com a Delta”, descreveu.
Este é também o caminho que Pedro Simas antecipa para para o futuro da pandemia: uma combinação entre a imunidade adquirida e as características únicas destas novas variantes, como a Ómicron que afeta sobretudo “as vias respiratórias”, poupando os pulmões.
“A variante Ómicron tem uma probabilidade de hospitalização de 15%, de acordo com um estudo publicado hoje no The New York Times. A estada do vírus também é mais curta e as pessoas que evoluem para tratamentos de cuidados intensivos é muito pequena”, descreveu, em entrevista à CNN.