Patrícia de Melo Moreira / AFP

Ministro das Infraestruturas tem o seu primeiro grande discurso de campanha marcado para a próxima terça-feira, momento em que será possível aferir quais as diferenças ao nível de discurso com António Costa.
Que as eleições legislativas do próximo dia 30 são decisivas para o futuro do país, toda a gente o sabe, mas de que forma poderão ser determinantes para o futuro dos atuais líderes partidários é ainda uma incógnita. Da parte dos socialistas, António Costa já faz saber que se afasta da liderança do partido caso não tenha a maior votação, mas ressalvando que tal decisão não está dependente da conquista de uma maioria absoluta.
Nesse caso, o atual primeiro-ministro, cujas capacidades têm sido amplamente elogiadas pelos seus colegas de partido, diz que não irá virar as costas aos portugueses, pelo que deverá procurar entendimentos que lhe permita continuar a governar, nomeadamente com o Orçamento do Estado para 2022 que foi chumbado na Assembleia da República pelos partidos de direita e pelos antigos parceiros de esquerda.
Mas a prática pode não ser tão fácil como a teoria, já que António Costa parece ter queimado todas as pontes que outrora existiam com a esquerda — culpando mesmo os antigos parceiros pela crise política que se vive no país e que levou à convocação das eleições antecipadas. Nesse cenário, ninguém tem dúvidas de que seria Pedro Nuno Santos o mais capacitado para negociar com Bloco de Esquerda e Partido Comunista, já que ao longo da presente campanha também tem tentado evitar entrar na narrativa adotada por Costa da culpabilização.
Apesar de no dia do debate entre António Costa e Rui Rio ter marcado presença em alguns momentos televisivos com representantes do PSD, a grande entrada de Pedro Nuno Santos na campanha ainda não aconteceu, estando o seu primeiro discurso previsto para terça-feira, num comício ao lado de António Costa. Por estes dias, e segundo o jornal Público, anda por Aveiro, o seu distrito, numa espécie de “campanha personalizada” com o slogan “Pedro Nuno Santos 2022”, aproveitando para visitar fábricas, empresas, feiras e ruas.
Enquanto no PS parecerem todos apostados nas capacidades de António Costa de encontrar soluções governativas, a direita parece já mentalizada que o futuro dos socialistas deverá mesmo passar por Pedro Nuno Santos. Na segunda-feira, no debate com os principais líderes partidários, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que “seria bom que António Costa trouxesse Pedro Nuno Santos […], uma vez que disse que, caso não ficasse em primeiro lugar saía, mesmo com a hipótese da esquerda ter maioria no Parlamento”.
“Pode dar-se o caso de termos Pedro Nuno Santos a entender-se com a extrema-esquerda. Estou certo de que a ala bolchevique do PS rapidamente garantia condições de estabilidade para se entender com Bloco de Esquerda e PCP e levar uma agenda radical a fazer lembrar os tempos do PREC.”
Rui Rio também tem acenado com esta possibilidade ao eleitorado de centro, o mesmo que, acredita, será decisivo para uma hipotética maioria absoluta. Colar Pedro Nuno Santos à extrema-esquerda é também a estratégia do social-democrata, apesar de preferir destacar o argumento nas ruas, em contacto com a população.
“Pode dar-se o caso de termos Pedro Nuno Santos a entender-se com a extrema-esquerda. Estou certo de que a ala bolchevique do PS rapidamente garantia condições de estabilidade para se entender com Bloco de Esquerda e PCP e levar uma agenda radical a fazer lembrar os tempos do PREC.”
ou:
Pode dar-se o caso de termos Rio a entender-se com as direitas. Estou certo de que a ala fascista deste grupo, rapidamente garantia condições de estabilidade para se entender com a extrema direita e levar uma agenda radical a fazer lembrar os tempos do cavaquismo, Troika do Paços ou Salazarismo ‘adaptado’ ?
Venha o diabo e escolha !!!
Pedro Nuno Santos está para António Costa, como António Costa estava para José Sócrates.
Portanto, escolha e vote para o Pedro Nuno Santos ir a votos dentro do PS.