Partido neonazi excluído das eleições gerais em Berlim

O Partido Nacional-Democrático da Alemanha (NPD) não poderá concorrer por Berlim às eleições gerais de 24 de setembro, já que a lista apresentada pela formação na capital foi invalidada.

A Comissão Federal Eleitoral recusou na quinta-feira o último recurso apresentado pela formação neonazi contra a exclusão, com o argumento de que realizou erros formais na designação dos candidatos pelo distrito de Reinickendorf-Mitte.

A irregularidade faz com que a presença em bloco seja recusada em todos os distritos da capital alemã, onde foram admitidos para as eleições 24 partidos.

O NPD é o principal aglutinante dos neonazis na Alemanha, ainda que as perspetivas de ganhar cadeiras no Bundestag (Parlamento alemão) sejam consideradas nulas.

Nas eleições de 2013, o NDP obteve 1,3% de votos e nas próximas eleições está prevista uma percentagem semelhante ou menor, bastante abaixo do mínimo de 5% necessários para ter representação parlamentar.

Esta formação está à margem da quebra, depois de em cinco anos ter perdido metade da sua militância – atualmente tem menos de seis mil filiados – e os postos com que contava em câmaras regionais do leste do país.

Em janeiro, o Tribunal Constitucional rejeitou o pedido de ilegalização contra o partido apresentada pela Câmara alta (Bundesrat), por considerá-lo muito débil para escavar a ordem democrática.

O NPD recebe cerca de 1,3 milhão de euros anuais dos cofres públicos, devido sobretudo aos postos que ainda tem em conselhos municipais, com um total de 360 cargos públicos.

A debilidade desta formação, fundada em 1964, contrasta com a situação da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido nascido em 2013 empurrado pelo voto eurocético e que com a crise migratória adotou um perfil claramente xenófobo.

A AfD ficou próxima de chegar ao Parlamento nas eleições de 2013, ao ficar apenas alguns décimos abaixo dos 5%. Atualmente conta com cadeiras em 13 do total de 16 câmaras regionais dos “Lander” – os Estados – e as pesquisas preveem entre 7% e 9% nas eleições gerais de setembro.

Nos últimos meses, a AfD perdeu um pouco do ímpeto eleitoral que teve em 2015 e 2016, assolada por sucessivos problemas internos, mas dá-se por feito que terá acesso ao Parlamento, algo que até agora não foi alcançado por nenhuma formação desse espectro.

// EFE

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