“Padre de ferro” acusado de coagir mulher a ter relações sexuais

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Padre e triatleta já tinha sido afastado em 2021 de paróquias de São Mamede (Lisboa) e de Fafe. É agora acusado de perseguição, coação, importunação sexual e coação sexual.

O Ministério Público está a acusar o padre Ismael Teixeira, da paróquia de São Mamede, no centro de Lisboa, dos crimes de perseguição, coação, importunação sexual e coação sexual.

O sacerdote é acusado de ter ameaçado uma funcionária da igreja de despedimento, numa jogada de chantagem para a forçar a ter relações sexuais consigo, entre outros atos.

A acusação tem lugar apenas dois anos depois de uma queixa por assédio sexual e moral que visou o membro do clero e triatleta e o afastou da paróquia lisboeta, que abrange três igrejas entre o Rato e as Amoreiras.

Contactado pelo Jornal de Notícias, o clérigo — conhecido como “padre de ferro” devido às suas participações na prova de resistência Ironman (“homem de ferro”, em inglês) — não quis comentar a acusação.

Ismael Teixeira, de 48 anos, encontra-se suspenso de funções pelo patriarcado de Lisboa. Fonte oficial desta última instituição também não quis comentar o caso, “por se tratar de um processo desenvolvido pelo Ministério Público”.

“Via-o a masturbar-se ao pé de mim”

Ismael Teixeira já tinha sido afastado, em 2021. Segundo comunicado da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, o arguido “assediou e perseguiu a ofendida, […] pressionando-a a manter com ele relações sexuais, sob ameaça de despedimento” entre setembro de 2017 e março de 2021.

Confirma o JN que, apesar de o Ministério Público não identificar a paróquia em causa, a acusação trata-se do mesmo caso que afastou o pároco há um par de anos.

À TVI, a alegada vítima confirmou que o pároco a contratou “com fins sexuais” e que, depois de se ter recusado a satisfazer os desejos do padre, este a começara a “apalpar” e “tocar”. “Ele encostava-se com o pénis em mim, eu via-o a masturbar-se ao pé de mim”, disse.

Na reportagem, foi mencionado o alegado assédio sexual de outras mulheres da paróquia, mas mais nenhum caso consta da acusação proferida pelo Ministério Público de Lisboa.

Apoiado pelas paróquias

A dispensa do “padre de ferro” provocou alguma revolta entre os que frequentavam as cinco paróquias de Fafe, onde o padre passou a atuar após ter sido alvo de uma queixa por assédio sexual na paróquia de São Mamede.

Segundo o Correio da Manhã, para além das queixas de cariz sexual, estavam na raiz do afastamento saídas com mulheres, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, interesses pessoais e desvio de dinheiros.

Em São Mamede, mais de duzentas pessoas assinaram uma petição para o regresso do padre após a denúncia. Afirmam ter sido feita uma queixa infundada e um julgamento unilateral.

ZAP //

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1 Comment

  1. Ou há provas (e mais a mais no tempo em que vivemos com tantos telemoveis com camaras fotograficas !) ou há crime de difamação agravada?

    O julgamento no estado de direito democratico não se faz na comunicação social mas nos tribunais, senão entao vivemos numa bandalheira!

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