Os saguis chamam os seus familiares pelo nome

David J. Stang / Wikimedia

Callithrix jacchus

Os saguis usam chamamentos únicos para outros macacos dos seus grupos familiares, à semelhança da forma como os humanos se chamam uns aos outros pelo nome.

Os saguis (Callithrix jacchus) são mais ativos de manhã cedo e ao final da tarde. Vivem em grupos de 3 a 15 indivíduos, emitem sons agudos de alerta e dormem em grupos nos ramos das árvores.

Num novo estudo, publicado na semana passada no Science, os investigadores analisaram a forma como estes chamamentos ajudam os macacos a mapear os seus círculos socais no cérebro.

No laboratório, gravaram as trocas de chamada entre pares de saguis separados por um ecrã e emparelharam 10 saguis de três famílias distintas e, em seguida, utilizaram a inteligência artificial para classificar mais de 50.000 chamamentos que fizeram em diferentes categorias.

Seguidamente, observaram como três desses saguis reagiam às gravações de laboratório de chamamentos dirigidos a eles e a outros.

Esta análise sugere que os membros da família usam etiquetas de identificação semelhantes para o mesmo macaco como se fosse uma designação distinta para eles, como o seu nome pessoal, e não apenas uma informação de identificação.

Segundo a New Scientist, estes animais fazem 16 tipos de alterações acústicas nos seus chamamentos, consoante o macaco a que se dirigem, codificando informações sobre a pessoa a quem dirigem o chamamento.

“Estas semelhanças sugerem que eles enfrentaram desafios sociais evolutivos comparáveis aos dos nossos antepassados pré-linguísticos, o que os pode ter levado a desenvolver métodos de comunicação semelhantes”, conclui o primeiro autor do estudo, David Omer.

Os cientistas acreditam que estes animais podem estar a aprender, tanto etiquetas vocais, como dialetos de outros membros do seu grupo familiar; e suspeitam que este comportamento poderá ter evoluído para os ajudar a manterem-se ligados no seu habitat de floresta tropical densa, onde a visibilidade é frequentemente limitada.

Soraia Ferreira, ZAP //

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