A origem da lenda da Maria Sangrenta e a mulher real que a terá inspirado

Não há certezas sobre a origem da famosa lenda urbana da “Bloody Mary”, mas a rainha inglesa Maria I, que liderou uma perseguição violenta aos protestantes, é o nome mais apontado como a sua inspiração.

A lenda da “Bloody Mary” é um dos mitos urbanos mais duradouros e arrepiantes. De acordo com a lenda, para invocar a Maria Sangrenta é necessário estar em frente a um espelho numa casa de banho pouco iluminada e entoar o seu nome 13 vezes.

O resultado? Uma mulher fantasmagórica aparece, por vezes segurando um bebé morto, e pode arranhar ou mesmo matar o invocador. Mas será que esta figura sinistra se baseia numa pessoa real?

Há muito que historiadores debatem as verdadeiras origens da Maria Sangrenta, com várias figuras históricas possíveis. Uma teoria proeminente liga a lenda à Rainha Maria I de Inglaterra, que ganhou a alcunha de “Maria Sangrenta” depois de ter ordenado a execução de 280 protestantes durante o seu reinado, de 1553 a 1558.

Filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão, a vida de Maria foi tumultuosa, moldada pela obsessão do pai em produzir um herdeiro masculino.

Depois de assumir o trono, Maria procurou restaurar o catolicismo em Inglaterra, invertendo as políticas do seu pai. Os seus esforços conduziram a uma perseguição brutal dos protestantes, que foram queimados na fogueira ao abrigo da lei. Este facto valeu-lhe o apelido de “Maria Sangrenta” e solidificou a sua temível reputação.

Um capítulo trágico da vida de Maria também a liga à lenda. Desesperada por produzir um herdeiro, Maria teve o que muitos historiadores acreditam atualmente ser uma falsa gravidez. Apresentava todos os sinais de gravidez, mas não nasceu nenhuma criança.

Algumas versões da lenda de Maria Sangrenta provocam o fantasma com frases como “roubei o teu bebé”, o que pode estar relacionado com as tentativas falhadas da monarca para ter um filho, relata o All That’s Interesting.

Para além da Rainha Maria I, outras figuras são por vezes associadas ao mito. Mary Worth, uma suposta bruxa que alegadamente raptava e assassinava crianças para usar o seu sangue em rituais, é outra possível inspiração.

No entanto, as provas da sua existência não são claras, o que faz dela mais uma lenda local em algumas cidades americanas do que uma figura histórica concreta.

Também a infame nobre húngara Elizabeth Bathory, conhecida como a “Condessa do Sangue”, é uma potencial inspiração para a lenda. Bathory foi acusada de torturar e matar centenas de jovens mulheres entre 1590 e 1610.

Os rumores sugerem que ela se banhava no sangue das vítimas para manter a sua aparência jovem, alimentando ainda mais a sua reputação aterradora.

Embora a verdadeira identidade de Maria Sangrenta permaneça incerta, a lenda continua a cativar a imaginação de todo o mundo. Quer seja baseada na Rainha Maria I, numa bruxa vingativa ou numa condessa assassina, a Maria Sangrenta é uma das figuras mais assombrosas e duradouras do folclore.