Orbán é o “grande líder” da Turquia? Nova gafe levanta questões sobre saúde cognitiva de Trump

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Durante um comício, o ex-Presidente norte-americano confundiu o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán com o Presidente da Turquia.

Num discurso de campanha em Derry, New Hampshire, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cometeu uma gafe ao referir-se a Viktor Orbán, o primeiro-ministro da Hungria, como o “grande líder” da Turquia.

“O mundo inteiro está a explodir. Victor Orbán, alguém já ouviu falar dele? Ele é provavelmente um dos líderes mais fortes do mundo. Certo? Ele é o líder da Turquia”, disse Trump, referindo-se mais tarde correctamente a Orbán como líder da Hungria.

A confusão entre os líderes húngaro e turco (Recep Tayyip Erdoğan) foi criticada como um sinal de desconhecimento ou descuido em relação à política internacional e há também quem questione as capacidades cognitivas de Trump para voltar a assumir a presidência.

Trump estava a critar a política externa de Joe Biden quando fez elogios a Orbán, o primeiro-ministro húngaro conhecido pelas suas políticas de extrema-direita. Este não é o primeiro caso em que Trump expressa apoio a líderes ou grupos que são críticos dos Estados Unidos; tendo já tecido elogios sobre o Hezbollah, Xi Jinping, Vladimir Putin e Kim Jong Un.

A relação entre os EUA e a Hungria tem estado tensa. Em abril, Orbán nomeou os Estados Unidos como um dos três principais adversários do seu partido Fidesz, de acordo com a fuga de um suposto relatório da CIA.

Enquanto isso, Alexander Vindman, ex-tenente-coronel do Exército dos EUA e denunciante, questionou a saúde mental de Trump.

“Trump falou com cada um (Orbán e Erdoğan) uma dúzia de vezes. O facto de Trump não conseguir lembrar quem lidera qual país ou não se importar em saber é perturbador. É hora de uma verificação de acuidade mental”, sugere.

A gafe de Trump também coloca em foco as preocupações sobre a idade e aptidão mental de ambos os principais candidatos à Casa Branca, à medida que os EUA se aproximam das eleições de 2024. As capacidades mentais de tanto Trump como Biden já foram postas em causa devido gafes anteriores e lapsos de memória.

Só no último mês, Trump foi ridicularizado por dizer que Biden é um “deficiente cognitivo” ao mesmo tempo que o acusava de estar prestes a envolver os Estados Unidos na “Segunda Guerra Mundial”. O ex-Presidente também afirmou recentemente que turbinas eólicas estão a fazer com que as baleias “morram em números nunca vistos antes”.

Também em Setembro, Biden foi criticado por sair de uma conferência de imprensa sem apertar a mão do presidente brasileiro Lula da Silva. Nas cerimónias do 11 de setembro, o chefe de Estado afirmou também que visitou os destroços das Torres Gémeas no dia seguinte aos ataques terroristas, apesar de não haver registo da sua presença em Nova Iorque naquele dia.

Apesar das controvérsias, Orbán e Trump têm sido aliados próximos, especialmente durante o mandato no Republicano. Orbán foi o primeiro líder da União Europeia a apoiar a campanha de Trump em 2016 e visitou-o na Casa Branca em 2019.

Mais recentemente, numa mensagem de vídeo exibida numa conferência do CPAC na Hungria, Trump elogiou Orbán como um “líder tremendo“, e Orbán expressou o desejo de ver Trump regressar à presidência dos Estados Unidos.

Adriana Peixoto, ZAP //

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