Oposição une forças no Japão para desafiar partido no Governo

CSIS / Flickr

Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão

Os dois principais partidos da oposição no Japão concluíram esta quinta-feira a sua fusão e elegeram um único líder, dias antes da substituição do chefe de Governo japonês, numa altura em que se discute a possibilidade de eleições antecipadas, noticiou a agência Lusa.

A fusão une o Partido Democrático Constitucional do Japão, fundado em 2017, considerado de centro-esquerda, com 92 dos 710 assentos na Dieta (parlamento japonês), e o Partido Popular Democrático, de centro-direita, criado em 2018, com 61 deputados.

Yukio Edano, de 56 anos, até agora à frente do Partido Democrático Constitucional, foi eleito líder do novo grupo político, com o apoio de 107 dos 149 deputados presentes. O novo grupo político adotará o nome de Partido Democrático Constitucional do Japão.

A oposição procura desta forma desafiar o Partido Liberal Democrático (PLD), do primeiro-ministro cessante Shinzo Abe, a força política que governa o Japão desde 1954, exceto nos períodos de 1993 a 1996 e de 2009 a 2012.

Os dois partidos completaram a fusão dias antes da nomeação do novo líder do partido do primeiro-ministro, depois de Shinzo Abe ter anunciado a sua demissão, em 28 de agosto, por razões de saúde.

A corrida para suceder a Shinzo Abe, de 65 anos, começou no final de agosto, quando anunciou a intenção de deixar o cargo, após bater o recorde de longevidade de um primeiro-ministro japonês.

A situação suscitou especulações sobre a possível convocação de eleições legislativas antecipadas pelo novo dirigente do PLD, com o objetivo de obter um mandato público e silenciar qualquer contestação da oposição.

O Partido Liberal Democrático lançou na terça-feira a campanha eleitoral interna para escolher o sucessor, com Yoshihide Suga como favorito.

Yoshihide Suga, de 71 anos, o braço-direito de Shinzo Abe desde 2012, chefe de gabinete e ministro porta-voz do Governo japonês, já garantiu o apoio das principais fações do PLD.

O partido deverá eleger no dia 14 de setembro o seu próximo presidente, que deverá depois assumir o cargo de primeiro-ministro.

// Lusa

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