A ONU anunciou esta terça-feira que as imagens obtidas por satélite confirmam a destruição do templo de Bel, joia da cidade antiga de Palmira, no deserto da Síria, e obra do Estado Islâmico.
“Podemos confirmar a destruição do principal edifício do templo de Bel, e de uma colunata nas imediações”, disse o Instituto para a Formação e Investigação da ONU (UNITAR), depois de ter comparado imagens de satélite antes e depois de uma poderosa explosão registada nas ruínas da cidade antiga.
O histórico templo, datado de há 2000 anos, foi destruído a 23 de agosto, depois de o EI ter colocado uma grande quantidade de explosivos no monumento.
A confirmação da ONU da destruição do templo de Bel surge horas depois de o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres mas que recolhe as informações junto de uma vasta rede de militantes no terreno, revelar novos danos na famosa cidade arqueológica.
“Até agora não temos informação pormenorizada, dados ou fotografias do ocorrido. Só contamos com uma visão preliminar e os testemunhos dos moradores de Palmira”, disse na segunda-feira Mohammed Nazir Awad, diretor do Departamento de Edifícios Antigos da Síria.
Awad responsabilizou a comunidade internacional por todas as perdas na Síria e exigiu “um plano imediato para deter e prevenir toda devastação e destruição das ruínas” do país.
Este é a segunda ação de destruição, numa semana, do grupo terrorista Estado Islâmico contra um templo de Palmira.
Palmira, situada na província de Homs, no centro da Síria, é património da Humanidade. Foi conquistada em maio pelo EI, que já destruiu vários locais arqueológicos no Iraque, país vizinho da Síria.
ZAP / Lusa