As previsões da OCDE são mais pessimistas em relação às do Governo no crescimento do PIB e na evolução na inflação, mas mais otimistas sobre a diminuição do défice.
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) publicou novas previsões e reviu em alta as estimativas de crescimento económico para Portugal em 2022 — o PIB deve agora crescer 6,7% e não 5,4%. No entanto, as previsões para o próximo ano foram revistas em baixa, caindo de 4% para 1%.
Esta revisão em baixa justifica-se com o impacto da guerra na Ucrânia, que fez disparar os preços da energia e tem perturbado as cadeias de fornecimento. A subida das taxas de juro, que está a colocar mais pressão sobre quem contraiu créditos à habitação, também já está a influenciar a economia.
Os valores ficam acima dos previstos pelo Governo para este ano, que antecipava um crescimento de 6,5% para 2022. No entanto, as estimativas da OCDE para 2023 são mais pessimistas do que as do executivo, com o Ministério das Finanças a antecipar que o PIB cresça 1%. O FMI e a Comissão Europeia são ainda mais pessismistas do que a OCDE e esperam um crescimento de apenas 0,7% em 2023.
As previsões da evoluição da inflação são também piores do que as de Medina. “Os preços elevados da energia e da alimentação vão puxar a inflação para 8,3% em 2022, antes de abrandar para 6,6% em 2023 e 2,4% em 2024″, lê-se no relatório . Recorde-se que na proposta de OE o Governo estima uma inflação de 7,4% em 2022 e 4% em 2023.
O investimento público previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) pode ajudar a economia a enfrentar a crise, mas a OCDE alerta para “riscos de que os atrasos na sua implementação persistam”, relata o ECO.
A organização frisa especialmente a importância do PRR no aumento da eficiência energética, pelo que “garantir a sua total implementação de forma atempada é fundamental para maximizar os seus benefícios”.
O investimento deve continuar a crescer até 2024. As previsões apontam para uma subida de 1,7% em 2022, 2,6% em 2023 e 3,5% em 2024, numa altura em que a execução do PRR já estará a dois anos do seu fim e em que o Portugal 2030 também estará a avançar.
O crescimento do consumo vai ainda abrandar à medida que a inflação rouba poder de compra à população. “As taxas de emprego historicamente altas, o excesso de poupanças e os apoios do Governo estão a dar algum apoio às famílias”, escreve a OCDE, no entanto a “confiança dos consumidores abrandou“.
A OCDE alerta ainda para a importância da consolidação orçamental, numa altura em que tem previsões para o défice mais otimistas que o Governo, antecipando que este caia para 1,8% este ano (quando o Governo prevê 1,9%) e que desça para 0,6% em 2023 (quando o Governo prevê 0,9%).
“Apesar do aumento da dívida pública desde 2019 ter sido moderado face aos outros países da OCDE, o seu nível elevado” – de 134,5% do PIB este ano e 128,1% em 2023, segundo a OCDE – “e uma população a envelhecer torna a consolidação orçamental uma prioridade”, alerta.
Este ilusionista Medina, vem quer enganar as pessoas, mas não vai ter hipótese.
«…Quem não tiver percebido que a crise que vivemos não é apenas económica, ou que, pelo menos, está também associada a uma crise de valores, com um individualismo predominante, e enquadrada por uma globalização descontrolada e pelas mais profundas mutações que as novas tecnologias vêm proporcionando, está condenado a não acertar o passo pela História e a ser ultrapassado por ela…» – Alberto João Jardim in «A Tomada da Bastilha»
Neste caso o governo tem razão. A economia Portuguesa vai crescer mais do que as previsões da OCDE. Isto resulta apenas da execução financeira da “bazuca” em grande parte no ano de 2023. Só isso assegurará desde logo um crescimento considerável, muito embora sem esse “impulso” muito provavelmente teríamos recessão.