Já alguma vez imaginou uma câmara sem lente que possa detetar a sua localização e gerar uma imagem através de Inteligência Artificial? Já existe e chama-se Paragraphica.
A Paragraphica é uma câmara que utiliza dados de localização e inteligência artificial para visualizar uma “fotografia” de um local e momentos específicos.
A câmara existe como um protótipo físico e como uma câmara virtual que se pode experimentar.
Segundo o site do projeto, “a câmara apresenta uma descrição da sua localização atual, utilizando o endereço, o tempo, a hora e os locais próximos”.
Ao premir o botão, combinando todos estes dados, a Paragraphica cria uma representação fotográfica do local utilizando uma IA de texto para imagem.
A imagem resultante não é apenas um instantâneo, mas um reflexo complexo e matizado do local em que se encontra e, talvez, da forma como o modelo de IA “vê” esse local.
Através dos dados de localização e da criação de imagens da IA, esta câmara proporciona uma visão mais profunda da essência de um momento, através da perspetiva de outras inteligências.
Há, ainda, outra curiosidade com a capacidade de captação desta câmara, uma vez que consegue registar alguns estados de espírito e emoções presentes no local, mas de uma forma estranha, visto que as “fotografias” acabam a não representar exatamente o local no qual se encontra.
Assim, pode-se dizer que a Paragraphica oferece uma forma diferente de ver o mundo que o rodeia, uma vez que não se limita à perceção visual.
Esta nova câmara tem três componentes físicos que permitem controlar os dados e os parâmetros de IA podem influenciar o aspeto da fotografia, à semelhança do funcionamento de uma câmara tradicional.
O primeiro botão tem um comportamento semelhante ao da distância focal de uma lente ótica, mas controla o raio da área em que a câmara procura por locais e dados.
O segundo tem um valor que varia entre 0,1 e 1, ou seja, produz ruído para o processo de difusão de imagem da IA.
Por sua vez, o terceiro botão controla a escala de orientação. Aumentar a orientação faz com que a IA siga o texto mais de perto.
O criador da Paragraphica, Bjørn Karmann, um designer dos Países Baixos, diz que “como os modelos de IA estão a tornar-se cada vez mais conscientes, será difícil imaginar como poderão ver o nosso mundo físico”.
https://twitter.com/BjoernKarmann/status/1663496103998750721?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1663496103998750721%7Ctwgr%5E1259f3eed6a8f87f55ef219408ad2892039badda%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Ffuturism.com%2Fthe-byte%2Fcamera-no-lens-location-ai
Karmann compara a sua invenção com uma toupeira de nariz estrelado. Em vez e verem através da luz como os humanos – e as câmaras convencionais – fazem, estas toupeiras “vêem” através de antenas no focinho. Aliás, esta é a justificação para o design da câmara.
Assim, segundo a metáfora do criador, a Paragraphica oferece-nos a possibilidade de “ver” como um programa de IA.
De referir que Karmann, num post no seu Twitter, esclareceu que esta câmara trata-se de um “projeto de arte de paixão“, e diz não ter “intenção de fazer um produto ou desafiar a fotografia”. Concluiu que um objetivo desta criação é “questionar o papel da IA numa época de tensão criativa”.
Posto isto, deixamos a perguntar no ar: O fim do Instagram estará próximo? O futuro é a Paragraphica ou a Deus pertence?