Um novo tratamento para pacientes que sofrem de dificuldades urinárias por doença da próstata, como a hiperplasia benigna, está a ser aplicado desde maio no Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa, Gondomar.
Segundo o urologista Fábio Almeida, o tratamento é feito através da cirurgia por vaporização anatómica, uma técnica minimamente invasiva em que a remoção do tecido prostático, que provoca obstrução da bexiga, é feita com um laser introduzido pela uretra.
“O laser já é usado há alguns anos, esta técnica cirúrgica é que é bastante recente e inovadora. Permite que de uma maneira simples e muito anatómica consigamos mimetizar o que se fazia antigamente com a cirurgia aberta, que é remover todo o tecido prostático que estava a mais – o chamado adenoma prostático – que cresce com o avançar da idade devido a muitos fatores”, explicou Fábio Almeida à agência Lusa.
Ou seja, “permite a remoção do tecido sem praticamente perda de sangue nenhum, sem cicatrizes, porque a intervenção é feita de forma endoscópica através da uretra e permite operar o doente de manhã e à tarde dar-lhe alta, com a função urinária normalizada”.
“É uma inovação fantástica, porque os resultados são iguais ou melhores aos obtidos através da cirurgia aberta”, garantiu Fábio Almeida, que é coordenador do Serviço de Urologia do Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa.
Segundo disse à Lusa, a nova técnica, que foi desenvolvida por um médico espanhol, começou a ser utilizada em maio e já permitiu tratar três doentes, um dos quais com 90 anos, que “estava algaliado há praticamente três semanas e que teve uma recuperação fantástica, foi operado de manhã e à tarde foi embora, sem complicações”.
A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é uma patologia ligada ao envelhecimento. Não sendo geralmente uma doença que coloque a vida em risco, manifesta-se clinicamente através de um conjunto de sintomas do aparelho urinário inferior que reduzem a qualidade de vida dos doentes. Tem implicações na vida dos homens a partir dos 45-50 anos, podendo causar sintomas significativos em até 30% dos homens com mais de 65 anos.
/Lusa