Há uma nova solução para o misterioso paradoxo de como as baleias escapam ao cancro

Bering Land Bridge National Preserve / Wikimedia

Balaena mysticetus, também conhecida como baleia da Gronelândia

Um novo estudo descobriu que as células das baleias da Gronelândia conseguem reparar os danos no ADN de forma muito mais eficaz do que as células dos humanos, ratos e vacas.

São raros os casos de baleias que desenvolvem cancro, especialmente tendo em conta o seu enorme tamanho. Esta realidade é conhecida como paradoxo de Peto, que descreve como os animais de grande porte, apesar de terem muito mais células do que os humanos, não têm mais cancros. Ter mais pistas sobre o que causa esta situação pode ajudar-nos a melhorar a prevenção da doença.

Um novo estudo que ainda não foi revisto por pares propõe uma solução para o paradoxo nas baleias da Gronelândia, o segundo maior animal do planeta. Numa série de experiências em laboratório, os investigadores concluíram que as células destas baleias são melhores a reparar os danos no ADN do que as células humanas, de ratos e de vacas.

Pelos vistos, as baleias cortam o mal pela raiz e reparam os danos ao ADN com uma “eficiência e precisão unicamente altas comparadas com outros animais”. Isto acontece porque as baleias da Gronelândia toleram mais danos aos seus genomas porque tem um sistema afinado e rápido para a reparação.

Os investigadores descobriram que numa região do ADN que as baleias, humanos, ratos e vacas partilham, as células de baleia eram mais propensas a reparar quebras de ADN (cortadas por CRISPR) sem erros, escreve o Science Alert.

As células da baleia da Gronelândia também bombearam uma proteína de reparação do ADN chamada CIRBP em níveis muito mais altos do que as outras espécies estudadas. E quando as células humanas cultivadas em laboratório foram projetadas para produzir CIRBP em massa, este ajuste genético aumentou a sua capacidade de reparar o ADN sem erros.

“Esta estratégia que não elimina as células, mas que as repara, pode ser crítica para o longo tempo de vida livre de cancro da baleia da Gronelândia”, concluem os autores.

ZAP //

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