Nova mesquita em Lisboa. PS critica “esquecimento” de Moedas

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O Partido Socialista criticou esta terça-feira na Assembleia Municipal de Lisboa o “esquecimento” de Carlos Moedas em relação ao compromisso assumido pela autarquia, na altura presidida por António Costa, de construir uma nova mesquita na Mouraria. 

Na sessão desta terça-feira da Assembleia Municipal de Lisboa, o deputado Pedro Roque, do PS, criticou o “ruidoso silêncio” da autarquia sobre o projeto de construção de uma mesquita na Mouraria

“O seu ruidoso silêncio na questão da nova mesquita tem de ter um fim, em nome da dignidade e felicidade de uma comunidade a quem o país deve muito e a quem, o senhor, está a falhar“, declarou o deputado do PS, criticando a falta de intervenção do presidente da Câmara, Carlos Moedas, sobre o projeto.

“Ter-se-á esquecido do compromisso assumido pela Câmara Municipal de Lisboa, presidida agora por vossa excelência, para a construção de uma nova Mesquita entre a Rua do Benformoso e a Rua da Palma?”, questionou o deputado do PS , dirigindo-se ao presidente da autarquia.

Em resposta, Carlos Moedas frisou que “Lisboa é uma cidade aberta a todas as religiões”, com liberdade religiosa, recusando a ideia de que “uns são diferentes dos outros”.

O vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), salientou por sua vez que o município desenvolveu todos os procedimentos que tinha de fazer sobre o projeto da mesquita na Mouraria e “não há nenhuma decisão” em relação a essa matéria.

Assegurando que a câmara está a acompanhar o crescimento da comunidade islâmica e muçulmana em Lisboa, Filipe Anacoreta Correia adiantou que o local pensado para a nova mesquita “não é pacífico entre a própria comunidade“.

O projeto de construção de uma nova mesquita, na zona do Martim Moniz, foi anunciado há mais de uma  década por António Costa, então presidente da Câmara lisboeta, mas tem esbarrado num polémico processo de expropriação de dois prédios.

A Câmara tomou posse administrativa dos dois edifícios em maio de 2016, mas o proprietário continua a ocupá-los e tem travado nos tribunais um litígio sobre os valores propostos pela câmara.

Este litígio tem bloqueado o projeto, que foi apresentado pelo pelouro do então vereador do Urbanismo, Manuel Salgado e defendido entusiasticamente por Fernando Medina, quando assumiu a presidência da autarquia.

Em fevereiro, a autarquia agora liderada por Carlos Moedas anunciou que pretendia acabar com este “quadro de insustentável impasse”, e que deveria devolver um dos prédios expropriados em 2016, mas não esclareceu se a construção do templo iria avançar — podendo mesmo deixar cair o projeto.

Uma questão de multiculturalidade

Na sua intervenção, o deputado socialista defendeu ainda que a vinda do Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) “reforça a importância da multiculturalidade, um dos aspetos mais importantes da cidade de Lisboa”.

Afirmando que o PS está empenhado em contribuir para o sucesso da JMJ, Pedro Roque defendeu que é preciso “não esquecer que existem lisboetas, portugueses, de muitas origens e fés diferentes“.

O líder do grupo municipal do PSD, Luís Newton, lamentou a intervenção do PS pela ligação da construção da nova mesquita à realização da JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, que se realiza este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

Na mesma sessão, o deputado Bruno Mascarenhas, do Chega, criticou a posição da Câmara de Lisboa de defesa do multiculturalismo, a propósito do apoio ao Festival Internacional de Cultura. “Já são demasiadas as intervenções deste executivo a defender, claramente, este conceito nas políticas estratégicas que tem difundido”.

“A vossa posição de acolhimento sem reservas e defesa das portas abertas deve preocupar os lisboetas e terá a nossa firme oposição. O multiculturalismo põe em causa a nossa segurança, a nossa história e os nossos costumes“, declarou o deputado do Chega.

Estamos em risco, porque a forma de vida ocidental e os nossos valores são pela tolerância e, mais uma vez, volto aqui a dizer que a imigração de teor muçulmano não admite a aculturação e pretende antes impor a sua doutrina e religião“, apontou.

Perante esta intervenção, Carlos Moedas manifestou o seu “repúdio total” sobre a posição do deputado do Chega sobre o multiculturalismo, referindo que este é um ponto que lhe toca pessoalmente, por ter uma família multicultural.

Portugal sempre foi grande quando foi multicultural e é muito importante que isso esteja na memória de todos”, reforçou Carlos Moedas, aconselhando Bruno Mascarenhas a visitar, viajar, aprender e ler sobre o assunto, porque a posição que manifestou “é muito triste“.

ZAP // Lusa

8 Comments

  1. Quantas igrejas são construidos nos países árabes de maioria muçulmana ?? Para quando um templo budista ??? Porque razão a IURD, os Jeovás etc… têm de construir os seus próprios locais de assembleia e os muçulmanos são patrocinados pelos impostos dos portugueses muçulmanos, cristãos etc.., não será uma forma de descriminação ??
    O politicamente correto é isto, fazer o bonito gastando verbas dos impostos não resolvendo nada.

  2. xiii agora o estado é que vai construir uma mesquita!!!

    Que a camara não cobre taxas e até dê terrenos estou como o outro mas agora pagar a construção de uma mesquita, igreja ou outra coisa qualquer que fica em posse de privados e para uso de apenas alguns…

  3. A pergunta que se deveria fazer é :
    Quantas igrejas ou sinagogas os estados islâmicos permitem serem construídos nos seus países???
    NENHUMAS!!!
    Exigências de quem é tão fundamentalista são no mínimo, ASQUEROSAS!
    Quem afirma que conquistará e dominará o mundo “ pelo ventre das nossas mulheres “”
    – que vivem sem trabalhar e se governam com os subsídios que recebem pelos filhos que têm…. Pagos pelos nossos impostos e por políticos “ muito desgovernados e hipócritas!

    • Bato-lhe palmas, Sra. D. Marilia, é exatamente como constata e desasombradamente assume! Amem, à sua visão das coisas!!!! Bem haja, e nunca perca a coragem de defender evidentes boas causas…

    • Quem não se lembra do massacre de sete Monges do Mosteiro de Tibhirine por as mãos do grupo armado Islâmico (GIA) , na Argélia , en 1996 , quando a presença destes Monges consistia en dar apoio Medico e Social a População local ?………..Desde então no Continente Europeu , atentados , assassinatos , violações se perpetuam en Nome do Alá !

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