Menos de 4% das intersecções da cidade estão adaptadas para melhorar a segurança dos invisuais. O juiz criticou a falta de vontade política e antecipam-se agora mais instalações de dispositivos que usam sons e vibrações para ajudar os deficientes a atravessar as ruas.
Na segunda-feira, um juiz federal ordenou que as autoridades de Nova Iorque istalam mais de 9000 aparelhos de sinais nas intersecções nas ruas para que os peões que têm deficiências visuais possam atravessar as estradas em segurança.
O juiz Paul A. Engelmayer criticou durante as falhas da cidade na adaptação das mais de 13 mil intersecções aos residentes e visitantes cegos ou com a visão reduzida e ordenou a criação de um supervisor federal que acompanhe a instalação destes dispositivos, que usam sons e vibrações para avisar os peões sobre quando é seguro atravessar a estrada, escreve o The New York Times.
Até agora, a maior parte das passadeiras na cidade usam apenas sinais visuais, como semáforos, mas esta mudança marca um grande avanço nos direitos dos deficientes na cidade.
“Nunca houve um caso como este. Podemos finalmente ter optimismo por um dia, não muito longe agora, quando todos os peões terão um acesso seguro às ruas da cidade”, afirmou Torie Atkinson, advogada do Conselho Americano para os Cegos e dos dois queixosos que processaram a cidade, que espera que esta decisão sirva de alerta para as outras autoridades que têm ignorado os deficientes visuais.
O porta-voz do Departamento de Justiça da cidade, Nick Paolucci, considera que a decisão reconhece os “desafios operacionais” que Nova Iorque tem enfrentado nas tentativas passadas de instalar estes sistemas.
“Estamos a avaliar cuidadosamente o plano do tribunal para avançar com o progresso da cidade no aumento da acessibilidade para pessoas que são cegas ou têm deficiências visuais”, afirmou Paolucci num comunicado.
O processo que culminou nesta decisão foi aberto em 2018 e acusou o Departamento de Transportação de violar o Americans with Disabilities Act ao não garantir a segurança daqueles que não conseguem ver nas ruas. O juiz concordou, declarando que a cidade violou a lei centenas de vezes ao não instalar a sinalização por falta de vontade política e por uma questão de prioridades orçamentais.
A abertura do processo levou a um aumento na instalação dos dispositivos, mas estes continuam a ser muito insuficientes para as necessidades, estando presentes em menos de 4% das intersecções da cidade, apesar de 2,4% da população nova-iorquina ter deficiências visuais.
O primeiro dispositivo foi instalado em 1957, mas quase 65 anos depois, há menos de 1000 na cidade inteira. A mudança que se antecipa agora foi aplaudida pelos invisuais e deficientes de Nova Iorque.