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Nova Igreja Zombie Trans-Universal luta contra a corrupção

“Não roubarás, pois o Estado não gosta de concorrência”. Este é um dos mandamentos da nova Igreja Zombie fundada na Eslovénia, um movimento que nasceu em protesto contra a corrupção e a crise e que agora é uma religião oficialmente reconhecida, com 10 mil fiéis.

Todas as quartas-feiras à tarde, os fieis da nova Igreja Zombie Trans-Universal da Bem-Aventurada Fanfarra reúnem-se no Templo da Corrupção e do Pecado Original, também conhecido como a sede do Parlamento da Eslovénia, para praticar os seus rituais.

“E, ao nono dia, a fanfarra criou o Trabalhador Sem Direitos, e ao décimo dia ela disse: ‘ide ao Templo da Corrupção e do Pecado Original e tocai fanfarras. Bong”. Assim reza o Santo Livro desta fé, que os seus seguidores seguem ao pé da letra.

Dezenas de pessoas concentram-se em frente ao Parlamento, tocam sinos, batem em tachos e panelas e lêem passagens das suas sagradas escrituras.

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque a eles pertence o Parlamento” é outro dos preceitos da Igreja Zombie.

“A maioria dos fiéis eram manifestantes que se conheciam dos protestos”, explica Rok Gros, sumo sacerdote da igreja e guardião da Panela e do Tacho, citado pela RVR.

Tudo começou em 2012, nos maiores protestos contra a corrupção jamais vistos na Eslovênia em duas décadas.  Segundo Gros, a referência aos mortos-vivos “deve-se ao facto de as autoridades seculares nos terem chamado zombies”.

Na altura, o primeiro-ministro Ivan Janez Janša chamou aos manifestantes “zombies sem cérebro“. Em reacção, começaram a aparecer zombies nas manifestações de protesto.

jumpinjack / Flickr

Zombies nas manifestações em Ljubljana, na Eslovénia

Zombies nas manifestações em Ljubljana, na Eslovénia

Em 2014, a Igreja Zombie foi inscrita no registo oficial de comunidades religiosas da Eslovênia e foi publicado o seu Santo Livro, uma leitura muito popular na Eslovénia.

“Actualmente, o nosso livro santo é o mais vendido da sua editora”, diz Gros.

Os Zombies esperam agora obter autorização das autoridades para poder organizar actividades religiosas também na polícia e no Exército, como já fazem outras igrejas.

Para já, a nova Igreja promete pelo menos ser um verdadeiro calvário para todos os políticos corruptos.

ZAP / RVR

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