Will Oliver / EPA

90 minutos para sair de um parque de estacionamento, um escritório com chumbo na água, falta de computadores e secretárias. Caos instalado parece propositado.
Os trabalhadores federias dos EUA estão pouco a pouco a regressar ao escritório por ordem de Donald Trump, que desde que tomou pose obrigou estes profissionais a acabarem com o teletrabalho. O objetivo é … que desistam do seu emprego.
“Pensamos que um número muito significativo de pessoas não irá aparecer para trabalhar e, por conseguinte, o nosso governo tornar-se-á mais pequeno e mais eficiente“, afirmou o presidente.
Muitos são os relatos contados à NPR ou ao The New York Times pelos funcionários federias que foram regressando ao escritório apenas para encontrar um completo caos.
Uns afirmam que há menos lugares de estacionamento. O caos é tanto que, nalguns campus de trabalho, os funcionários podem demorar 90 minutos só a sair do estacionamento, devido ao engarrafamento, relatam os trabalhadores.
Alguns chegaram mesmo a ser mandados para casa. “Assim, em vez de trabalharem nesse dia, passaram algum tempo no escritório e acabaram por ser mandados de volta para casa para fazerem o trabalho que teriam feito durante todo o dia”, conta um trabalhador.
Outros chegam ao escritório e têm de trabalhar… no chão. “Pelo menos eu tenho uma secretária. Muitos dos membros da minha equipa estiveram em salas de aula e auditórios ou tiveram de mudar de secretária várias vezes. Alguns foram designados para áreas seguras às quais não podem aceder”, disse um funcionário do Texas.
A quem não tinha secretária disponível, “foi-lhes dito que fossem para a cafetaria e esperassem por um e-mail, mas não há Wi-Fi na cafetaria”. É um “castigo arbitrário”, queixam-se as pessoas.
“Há todas as pequenas indignidades de estar numa instalação nunca equipada para tanta gente: o papel higiénico e as toalhas de papel acabaram imediatamente, filas muito longas na cafetaria, barulho alto, pessoas a trabalhar nos corredores”, conta um trabalhador.
O teletrabalho era uma garantia para tantos trabalhadores que uma funcionária do Serviço Florestal garante que não tinha um local de trabalho atribuído. A sua documentação atribuía o local de trabalho à sua própria morada. Ainda assim, foi-lhe dito que procurasse o edifício federal mais próximo de casa.
E como os contratos foram cortados devido aos cortes federias implementados pelo Departamento de Eficiência liderado por Elon Musk, os funcionários federais em alguns locais estão mesmo a ter de contribuir para o trabalho de limpeza.
Em vez de fazerem o trabalho para o qual forma contratadas, muitas pessoas contam estar a limpar casas de banho.
Alguns funcionários da Administração Federal da Aviação relatam ainda ter regressado a um gabinete onde tinha sido detetado chumbo na água.
Com os despedimentos em massa de que estão a ser alvo estas instituições federais, muitos não sabem sequer se vão ter emprego assegurado nos próximos tempos.
Mas o regresso ao escritório não está a ajudar nos cortes da despesa pública, garantem. “Isto não está a poupar dinheiro aos contribuintes”, disse um funcionário do Serviço Florestal. “O governo tem de pagar o aquecimento, a eletricidade e a água. Se está preocupado em poupar dinheiro, voltar ao escritório devia ser uma prioridade baixa”.
“As nossas chamadas continuam a ser virtuais. O nosso trabalho continua a ser feito através de correio eletrónico, chamadas para o Teams e carregamentos no SharePoint”, disse o funcionário do IRS no Texas. “O meu supervisor está noutro estado. Não estamos a ‘colaborar’ mais do que estávamos há duas semanas. Tudo isto é absurdo”.
Cheira me k akilo antes era uma ganda bandalheira, sem posto de trabalho atribuído???? Nunca lá areceu mas é! Eu concordo com teletrabalho, outra coisa é nem lá por os pés 1 dia k seja da semana, mas a culpa não é do trabalhador e do bosssss k provavelmente geria o departamento da esplanada do country club. Funcionários públicos e teletrabalho a combinação perfeita para a bandalheira. Isso teletrabalho é pra quem é responsável e produtivo
O problema, entre muitos, é que para otimizar custos com espaço (como sabemos é muito caro) passou-se a usar o sistema “secretária quente” que implica que o mesmo posto de trabalho possa ser utilizado alternadamente por várias pessoas, partindo do principio que não estão todas ao mesmo tempo no serviço, tendo que voltar todas ao mesmo tempo vão faltar cadeiras e secretárias.
Aqui na Tuga se alguém se lembrar de fazer o mesmo também vai dar sarilho… só que felizmente aqui ainda temos alguma proteção laboral.