Neymar vai ganhar menos 98% do que ganhava no Al Hilal de Jorge Jesus. Para convencer o “Príncipe”, o Santos “pediu ajuda” ao Rei.
“Nossa, nossa, assim você me mata”. Foi certamente assim que os santistas reagiram às notícias finalmente oficializadas na tarde desta quinta-feira: o “menino Ney” está de volta ao Peixão.
Três dias depois de ter rescindido contrato com o Al-Hilal de Jorge Jesus — apesar de este vigorar até junho —, o brasileiro anunciou que vai voltar a representar o clube no qual se formou e estará ao serviço de outro português, Pedro Caixinha.
O melhor marcador da história da ‘canarinha’ não podia ter sido mais direto: “vou assinar pelo Santos”, disse num vídeo divulgado na rede social X. “O Príncipe está a caminho”, escreveu o Santos.
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— Neymar Jr (@neymarjr) January 30, 2025
Para convencer o “Príncipe”, o Santos recorreu ao Rei.
Com a ajuda de Inteligência Artificial (IA) a simular a voz de Pelé — ainda a maior lenda do clube, falecido em 2022 — os alvinegros recordaram o percurso de Neymar e a ligação emocional que este ainda tem com o clube.
o vídeo do Pelé que o Santos fez para o Ney… pic.twitter.com/vYc31xefvG
— bea peace ✋🏽😜🤚🏽 (@isntbeapaz) January 28, 2025
O brasileiro deixa os sauditas cinco meses antes do final do contrato, depois de ter feito sete jogos e marcado apenas um golo pela equipa de JJ, tendo sido assombrado por uma grave lesão que sofreu pouco tempo após trocar Paris pela Arábia, em 2023.
O extremo prepara-se para ver o seu salário cair em 97,6% face ao que auferia na Arábia Saudita: deixa de receber 6,6 milhões de euros mensais para ganhar 160 mil euros por mês no Peixe. Escreve a imprensa brasileira que o jogador, um dos mais bem pagos do mundo, terá abdicado de parte dos cerca de 62 milhões de euros a que tinha direito na rescisão, encaixando um valor a rondar os 35 milhões.
Hoje com 32 anos, Neymar volta à casa que deixou em 2013, onde foi venerado quando era ainda um menino. De acordo com o site Sportico, especializado em transações desportivas, o Neymar que saiu do Santos volta a casa depois de acumular mais de 970 milhões de euros nas passagens pelo Barcelona, PSG e Al-Hilal. Mas muito se passou nestes 12 anos de turista.
12 anos de glória, frustrações e lesões
MSN entra no chat
Ainda menino (tinha 22 anos), mas já com quatro anos de estrelato ‘Ney’ deixa o Santos em 2013 com a fama de maior promessa do futebol mundial, o “novo Pelé”, uma pré-lenda do futebol brasileiro, e aceita o maior desafio possível: Barcelona, ao lado de Lionel Messi.
Desde cedo, o craque jogou mais que bonito pelos blaugrana, mas foi o trio MSN, que compôs o ataque culè a partir do seu segundo ano na turma, que nos deixou de boca aberta.
Messi, Suárez e Neymar entram certamente na discussão como o trio mais letal da história do desporto. A temporada 2014/15 foi a mais marcante: os três marcaram 122 golos combinados, com Neymar a contribuir com 39, mais sete assistências, e o Barça ‘limpou’ tudo: a Liga dos Campeões, a La Liga, a Taça do Rei e o Mundial de Clubes. O menino brilhou e fez o que apenas Hernán Crespo tinha feito até à data: marcou na final da Libertadores e na final da Champions.
Parecia um sonho realizado, o percurso do brasileiro. No total, foram 186 jogos, 105 golos e 59 assistências pelo Barcelona.
O mais caro da história (e o início da maldição)
Em 2017, Neymar tornou-se o jogador mais caro da história do futebol ao ser contratado pelo Paris Saint-Germain por 222 milhões de euros.
Em Paris, assumiu o protagonismo: futebol de alto nível, clube sozinho na vanguarda do futebol francês — até as lesões começarem a chegar.
A temporada 2019/20 foi um ponto de viragem para Neymar: o PSG chegou à final da Champions que acabaria por perder para o Bayern Munique.
Entre problemas físicos e conflitos internos, a sua relação com o clube foi-se deteriorando nos anos seguintes, culminando na sua saída em 2023. Mas os números não mentem: 173 jogos, 118 golos e 70 assistências pelos parisienses, com cinco Campeonatos Franceses no bolso.
“Férias” na Arábia
No verão de 2023, Neymar aceitou um contrato milionário para jogar no Al-Hilal, na Arábia Saudita. Mas nada correu como esperado.
Apenas dois meses depois da sua chegada, sofreu uma grave lesão no joelho esquerdo ao serviço da seleção brasileira e ficou afastado dos relvados durante mais de um ano.
A sua passagem pelo futebol saudita resumiu-se a apenas sete jogos, um golo e duas assistências.