Momento histórico do “rei disto tudo”. Neemias marcou os primeiros pontos de um português na NBA

John G. Mabanglo / EPA

Neemias Queta com a camisola dos Sacramento Kings na NBA.

Neemias Queta com a camisola dos Sacramento Kings na NBA.

O português Neemias Queta marcou 11 pontos, os seus primeiros e os primeiros de um português na NBA, a Liga norte-americana de basquetebol. Foi a sua primeira grande oportunidade pelos Sacramento Kings e não desiludiu.

Apesar do bom desempenho de Neemias Queta, os Kings perderam o jogo com os Cleveland Cavaliers por 108-109, com o português a jogar durante mais de 20 minutos.

Face às baixas de Richaun Holmes e Tristan Thompson, Neemias actuou 24.05 minutos, mais do dobro dos 10.14 que havia somado nos primeiros três encontros na prova. Não entrou de início, mas esteve em campo nos quatro parciais e na parte decisiva.

A 11,0 segundos do final, o ‘rookie’ luso teve mesmo uma recuperação de bola que deu aos Kings a última posse. Mas, depois de um desconto de tempo e em ‘cima’ da ‘buzina’, De’Aaron Fox falhou o lançamento da vitória.

Neemias Queta fez, porém, a sua parte, ao somar 11 pontos, com quatro em sete nos ‘tiros’ de campo e três em quatro nos lances livres, cinco ressaltos, uma assistência e um roubo de bola, mais um ‘turnover’ e quatro faltas.

A performance do atleta está a ser muito celebrada pelos adeptos portugueses e nas redes sociais, há quem fale dele como “sua alteza Neemias Queta, rei disto tudo”.

O melhor registo de toda a equipa

Dos dez jogadores utilizados pelo conjunto de Sacramento, o ‘gigante’ português destacou-se ainda pelo facto de os Kings terem marcado mais oito pontos do que os ‘Cavs’ nos 24.05 minutos em que o ’88’ esteve em campo, o melhor registo de toda a equipa.

O poste luso somou quatro pontos e dois ressaltos no primeiro período, em 5.36 minutos, dois pontos, dois ressaltos, uma assistência e um roubo de bola no segundo, em 7.06, e três pontos no terceiro, em 6.40.

No decisivo parcial, Neemias Queta jogou os derradeiros 4.43 minutos do encontro, adicionando mais dois pontos e um ressalto, insuficientes para somar o primeiro triunfo na NBA: em quatro jogos, soma outros tantos desaires.

Tyrese Haliburton, com 21 pontos, Buddy Hield, com 19, Harrison Barnes, com 14, Chimezie Metu, com 13, e De’Aaron Fox, com 12, foram os melhores marcadores dos Kings, seguidos de Neemias Queta, que tinha ficado em branco nas três primeiras aparições.

Primeiro português a jogar na NBA

Na NBA, o português tinha jogado apenas 45,6 segundos no seu terceiro jogo, na sexta-feira, no desaire em Denver, por 121-111, depois de atuar 1.45 minutos no segundo, em 20 de Dezembro, na derrota no reduto dos Golden State Warriors, por 113-98.

A estreia tinha sido três dias antes, a 17 de Dezembro de 2021, tornando-se, então, o primeiro português a jogar na NBA, no desaire caseiro com os Memphis Grizzlies, por 105-124, então disputando 7.44 minutos.

O ’88’ dos Kings somou cinco ressaltos, uma assistência e um desarme de lançamento, tendo ainda falhado os quatro ‘tiros’ de campo tentados, incluindo três ‘tapinhas’.

O poste integra o plantel de 17 basquetebolistas dos Sacramento Kings para a época 2021/2022, mas é um dos dois com contrato de duas vias, que lhe permite atuar na equipa principal e na formação secundária, os Stockton Kings, da G-League.

No final do jogo, Neemias Queta disse aos jornalistas que fez “o que tinha a fazer” para “ajudar a equipa na defesa, nos ressaltos”.

É só basquetebol, algo que fiz durante toda a minha vida e sinto-me confortável”, apontou ainda, notando que “sabia que quando a oportunidade surgisse ia aproveitar”.

Neemias Queta também confessou que “ficar longe da família” foi o maior sacrifício que fez, até agora, para concretizar o seu sonho de jogar basquetebol ao mais alto nível.

O jogador de 22 anos e 2,13 metros é o primeiro português a integrar uma equipa da NBA, depois de ter sido eleito pelos Sacramento Kings no 39.º lugar do ‘draft’, realizado em 29 de Julho de 2021, em Nova Iorque.

Após três anos na Universidade de Utah State, ao serviço dos Aggies, o ex-jogador do Barreirense e do Benfica propôs-se ao ‘draft’, abdicando da época de ‘sénior’, a quarta, e foi escolhido na nona posição da segunda ronda.

O internacional luso acabou a carreira universitária com médias de 13,2 pontos, 9,0 ressaltos, 2,5 desarmes de lançamento e 2,0 assistências, com 59,4% nos lançamentos de campo, números que convenceram o conjunto da Conferência Oeste.

ZAP // Lusa

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