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O multitasking nem sempre destrói a produtividade. Depende das tarefas

A ideia de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo pode mesmo ser concretizada com sucesso. Mas não dá para tudo.

Multitasking, ou multitarefas. O conceito de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo.

Provavelmente, a leitora ou o leitor deste artigo está a fazer isso: está a ler estas palavras enquanto está a ouvir alguém a falar consigo, ou enquanto está a ouvir música, ou enquanto está a caminhar no seu exercício habitual.

No entanto, o conceito multitarefas não se aplica sempre, não se aplica a todas as tarefas, a todos os contextos.

Aliás, já deve ter ouvido ou lido a ideia de que o processo multitasking destrói a produtividade. Porque não estamos a realizar devidamente, nem uma tarefa, nem a outra (ou outras).

Os humanos são péssimos em realizar duas tarefas complexas simultaneamente, avisa o portal NirandFar.

E, quando não somos péssimos, somos lentos. Chegamos a demorar o dobro do tempo ao completar algo que, se fosse feito de forma isolada, seria concretizado muito mais rapidamente.

Não nos conseguimos focar, em resumo. Porque o cérebro humano não é ilimitado. A sua capacidade, o seu processamento, têm limites. Precisamos mesmo de concentração – lá está, do tal foco – para concretizar algo.

O cérebro tem um número limitado de canais de atenção e só pode entender um sinal sensorial de cada vez. Exemplo: alguma vez experimentou ouvir dois programas de rádio ao mesmo tempo? Com um auscultador em cada ouvido? Experimente e veja se consegue escutar algum em condições.

Mas se for aplicado o conceito “multitarefa multicanal”, o multitasking pode resultar.

Devemos saber escolher que tarefas vamos realizar ao mesmo tempo. Ouvir dois programas ao mesmo tempo não resulta; mas se uma das tarefas exigir pouca ou nenhuma concentração, se for daquelas em “modo piloto-automático“, o cérebro é capaz de se focar na outra tarefa.

É a denominada “atenção multimodal”. Que parece uma conclusão óbvia, certo? Mas muita gente não sabe escolher. Ou nunca pensou nisso, sequer.

Conseguimos realizar duas tarefas ao mesmo tempo – mas as duas não podem ser complexas e as duas não podem entrar pelo mesmo canal.

Caminhar é compatível com ouvir um programa, ou até ter ideias para o seu emprego. Aliás, há pessoas que trabalham sobre um tapete rolante; caminham e trabalham ao mesmo tempo. Parece que a criatividade aumenta.

Podemos estar a cozinhar e a ouvir música (como companhia, sem muito foco) e fazemos bem as duas tarefas. Podemos sair com o nosso cão e, enquanto ele passeia, nós estamos a ler um livro. Podemos estar a limpar a casa e a ouvir um livro.

Podemos conduzir e ao mesmo tempo…não, esta é melhor não.

ZAP //

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