Movimento pede investigação a colégio onde quase todos tiveram 20 a Direito

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Wilson Dias / ABr

O Movimento de Defesa da Escola Pública no Oeste pediu à Inspeção Geral da Educação que investigue o Colégio Rainha D. Leonor, onde quase todos os alunos tiveram nota máxima na disciplina de Direito.

“Pedimos à IGEC que investigue, porque, analisando as pautas do 12º ano deste colégio, verifica-se que há uma grande discrepância entre as notas das disciplinas que são sujeitas a exame e as que não são”, afirmou Manuela Silveira, que faz parte do movimento criado durante a tutela de Nuno Crato, na pasta da Educação.

Professora numa escola da pública da região, Manuela Silveira considera que estão em causa princípios de rigor e equidade, dando como exemplo o caso de um aluno, retratado pelo jornal Gazeta das Caldas, que não ficou aprovado para exame a Português, mas foi avaliado com 20 a Direito e a Sociologia no colégio com contrato de associação com o Estado.

A queixa tem por base uma reportagem do jornal local Gazeta das Caldas, publicada na semana passada, segundo a qual 21 dos 23 alunos do Colégio Rainha D. Leonor, que frequentaram a disciplina opcional de Direito, foram classificados com 20 valores, e os restantes dois com notas de 19 e 17.

“A média para acesso ao ensino superior é de todas as disciplinas, o que significa que estes alunos estão beneficiados em relação aos de outras escolas”, acrescentou a professora.

Contactada pela agência Lusa, a direção do colégio alegou que a forma de avaliação nas disciplinas, nomeadamente as opcionais, é “decidida por cada uma das escolas que as ministram”, sejam estabelecimentos públicos ou com contrato de associação com o Estado, como é o caso.

Sublinha que as escolas têm de “garantir o cumprimento dos planos curriculares e anuais”, o mesmo se passando com a fundamentação da avaliação e das notas atribuídas.

Fundamentação essa que, segundo a mesma fonte, é feita “de forma escrupulosa” por cada um dos professores, seja qual for o método de avaliação que usam (trabalhos, testes práticos ou fichas de avaliação).

“Cremos que, noutras escolas, se passará o mesmo, já que todos obedecemos às mesmas regras”, lê-se na resposta escrita enviada à agência Lusa.

A direção do Rainha D. Leonor manifesta-se disponível para prestar todos os esclarecimentos à Inspeção Geral da Educação e Ciência (IGEC) e defende: “Não podemos, e reportando à alegada ‘discrepância’ em relação às disciplinas sujeitas a exame, comparar avaliações de disciplinas distintas, com programas distintos, de alunos que, naturalmente, têm mais ou menos facilidade numa ou noutra área, garantindo apenas que estas avaliações são feitas, independentemente dos critérios subjacentes a cada disciplina, de acordo com as regras definidas para todas as escolas, e, portanto, com a devida avaliação e fundamentação”.

/Lusa

7 Comments

  1. Todos sabemos, que, nos colégios particulares as notas são inflacionadas, e a resposta da direção deste colégio não convence ninguém.

  2. Já agora porque não haver exames para todos em pé de igualdade públicos e privados por parte de examinadores independentes, só assim poderíamos acreditar nas notas finais de cada aluno, no entanto o governo actual vai facilitando ainda mais ou com falta de exames ou cada qual fazer à maneira que entende, não me parece ser esta uma boa forma de um ensino responsável.

  3. C OMPLETAMENTE de ACORDO.pois neste PAÌS,a CORRUPÇÃO-FRAUDES etcetc a cheja á POLICIA e GNR etcetc ,ja ninguem esta seguro.a e se refila ou refilamos vamos PRESOS.AS e os.as TERRORISTAS andam á SOLTA e ja falta pouco para aconteçer ca , o mesmo que aconteçeu em NICE…..
    A quem nos vamos SOCORRER!!!???…. ao EXERCITOõ.õ á FORÇA AEREA- á MARINHA e a quem +++ A DEUS/JESUS CRISTO A NOSSA SENHORA aos.as ANJOS.ANJAS etcetc.enfimmm O OMNI/ONI nos SALVE……

    a.g.p.

  4. Salve-se quem puder.
    Esta é a regra, que tem que ser bem ensinada desde pequenino, aos que, devido à fortuna conseguida em negociatas de milhões, podem pagar a quem aperfeiçoe essa capacidade aos seus filhos. O resto? Meus caros, o resto é poeira para enevoar as nossas mentes.

  5. Escusavam de dar tanta “bandeira”! É por estas e por outras que todos querem ir para o privado e já não é de agora. Depois, nas Universidades, são os alunos do público os mais bem preparados.

  6. A resolução desta injustiça passa pela alteração da equação de candidatura ao ensino superior. Para isso basta que só seja contada a média dos exames nacionais. É um problema com resolução simples desde que os políticos queiram. O que duvido.

  7. Vão lá ver nas escolas públicas as notas das disciplinas do 12º ano que tiveram exames no 11º ano. Vão lá ver vão, por favor!!!!!

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