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Moedas antigas podem resolver o mistério do “Rei dos Piratas”

(CC0/PD) Wikimedia

Henry Every é talvez o pirata mais bem-sucedido de sempre.

A descoberta de um punhado de moedas antigas em Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, pode ser a pista necessária para desvendar o paradeiro do pirata mais bem-sucedido de sempre.

Em causa está Henry Every, que fez o maior roubo pirata de todos os tempos, quando saqueou o navio Ganj-i-sawai, há mais de 300 anos. Este era um navio real de propriedade pessoal de um dos homens mais poderosos do mundo na época: o imperador mogol indiano Aurangzeb.

O império Mogol estimou o seu valor em cerca de 300 mil libras, enquanto os sinistros de seguro foram avaliados em 600 mil libras (o equivalente a cerca de 340 milhões de euros nos dias de hoje).

Segundo o historiador Jan Rogoziński, citado pelo The Jerusalem Post, “em apenas duas ou três vezes na história os criminosos conseguiram saques mais valiosos”.

Uma lenda sugere que após o saque do navio, o capitão pediu que uma grande parte da sua própria tripulação desembarcasse na costa de Madagáscar, para procurar por água e comida. Sem esperar pelo regresso dos marinheiros, levantou a âncora e escapou com toda a riqueza pilhada. A sua reputação era tal que muitos mais tarde o chamariam de “o rei dos piratas”.

Agora, o historiador amador Jim Bailey acredita ter encontrado a maior pista em séculos para solucionar esta caça ao homem com mais de 300 anos. Após o roubo ao Ganj-i-sawai, o império Mogol cortou todos os laços diplomáticos com Inglaterra e lançou uma caça ao homem para capturar o pirata.

Nunca ninguém encontrou Henry Every, que conseguiu manter-se escondido durante toda a sua vida. Reza a lenda que Every dividiu o saque com a sua tripulação nas Bahamas e, em 1696, seguiu para as ilhas britânicas. Foi aqui que se perdeu o rasto do infame pirata.

As moedas encontradas em Nova Inglaterra remetem ao século XVII, na Arábia, e sugerem que o “Rei dos Piratas” pode ter ido para as colónias americanas para se esconder com o seu espólio. Isto porque, na altura, os colonos americanos raramente viajavam para o Médio Oriente, fazendo com que fosse pouco provável que viesse de um habitante local.

Bailey sugere que Every se escondeu, essencialmente, à vista de todos, navegando para o movimentado centro comercial de Newport, em Rhode Island, para se fazer passar por um traficante de escravos. Esta hipótese é corroborada por registos, diz ainda o historiador, de um navio chamado Seaflower usado por alguns dos marinheiros de Every, a chegarem com a escravos a Newport.

O historiador encontrou o título de uma terra para um pirata dado por um xerife em Rhode Island e ainda a chegada do Seaflower apenas três semanas depois de Every ter deixado as Bahamas e antes de chegar à Irlanda um navio com o mesmo nome.

Daniel Costa, ZAP //

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