Uma modelo da Gucci fez um protesto pacífico durante um desfile da marca, tendo escrito nas mãos que “a saúde mental não é moda”.
Podia ser mais um desfile como outro qualquer, na Semana da Moda de Milão, em Itália, mas, graças à modelo Ayesha Tan Jones, tornou-se num “protesto pacífico” contra a Gucci.
Esta era a marca para a qual a jovem estava a desfilar, quando levantou as mãos no ar, no último domingo, para transmitir uma mensagem: “A saúde mental não é moda”. Em causa estava as peças da coleção primavera/verão da marca italiana, que se assemelham a camisas de forças.
Depois do desfile, a modelo fez uma publicação no Instagram, na qual agradeceu o apoio dado não só pelo público mas também por outros colegas de profissão.
“Quero usar esta oportunidade para lembrar que este ato de bravura é apenas um pequeno gesto, quando comparado com a bravura que todas as pessoas com problemas de saúde mental demonstram todos os dias”, escreveu Jones.
“Os modelos da Gucci que estavam no desfile sentiram o mesmo que eu em relação à representação de camisas de força e, sem o apoio deles, não teria tido a coragem de protestar pacificamente. Alguns optaram por doar uma parte daquilo que receberam, e eu vou doar 100%, para instituições de caridade de saúde mental, que estão a fazer um trabalho incrível hoje em dia”.
Numa conferência de imprensa depois do desfile, Alessandro Michele, diretor criativo da Gucci, explicou que pensou em “humanidade e uniformes” quando idealizou a coleção. “Um uniforme é algo que te bloqueia e restringe — que te torna anónimo. Que te faz seguir uma direção”, referiu. A camisa-de-forças, explicou, é o principal “tipo de uniforme”, cita o Diário de Notícias.
Segundo um porta-voz da marca, as peças eram uma “tomada de posição” e não serão comercializadas.