O misterioso esqueleto do palácio de Hernán Cortés é de uma mulher. Por que foi enterrada lá?

INAH

Uma nova análise revela que o esqueleto pertencia a uma mulher indígena e não ao monge espanhol Juan Leyva, como se pensava.

Numa revelação surpreendente, análises recentes descobriram que um esqueleto, há muito apontado como sendo de um monge espanhol, na entrada do Palácio de Hernán Cortés é, na verdade, os restos mortais de uma mulher indígena de meia-idade.

Esta descoberta foi feita durante os trabalhos de reparação após o terramoto de 2017, que danificou severamente o Palácio de Cortés, agora um museu, no México.

Originalmente escavado em 1971, os cientistas acreditavam que o esqueleto era do monge espanhol Juan Leyva. Os historiadores basearam essa identificação num códice franciscano do século XVI que detalhava o enterro de Leyva junto ao portão do palácio e os arqueólogos da época notaram problemas com as vértebras cervicais no sepultamento, alinhando-se com a história de Leyva. Contudo, a posição fetal do enterro era inconsistente com as tradições de sepultamento espanholas.

Num comunicado de 18 de janeiro, o Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) anunciou novas descobertas dos seus antropólogos Pablo Neptalí Monterroso Rivas e Isabel Bertha Garza Gómez.

A sua análise dos ossos revelou a verdadeira identidade do indivíduo. O crânio e a pélvis indicaram que os restos mortais eram de uma mulher, com cerca de 30 a 40 anos de idade na época da morte, sem vértebras cervicais distorcidas. Em vez disso, os cientistas observaram um achatamento craniano, uma prática comum entre os povos indígenas, sugerindo a sua origem indígena, explica o Live Science.

Os Tlahuica, um povo asteca, ocuparam a região séculos antes da chegada de Cortés. A civilização construiu Cuauhnáhuac (atual Cuernavaca), uma cidade rica e populosa, que Cortés destruiu em 1521 para construir o seu palácio.

Os antropólogos sugeriram que a mulher Tlahuica morreu por volta da época da queda de Cuauhnáhuac, entre 1500 e 1521 e o seu sepultamento poderia fazer parte de um sacrifício, dada a sua localização no palácio.

Além dos restos da mulher, foram também identificados ossos de um bebé e uma criança, levantando questões sobre a relação entre eles e o contexto mais amplo do sepultamento.

Futuros estudos de ADN podem dar mais informações, mas o esqueleto está significativamente danificado devido à exposição e problemas de humidade após o terramoto.

ZAP //

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