Mistério? Principal conselheiro de Biden está na China

ZAP // Space Perspectiv; Pixabay

O principal conselheiro de Joe Biden, Jake Sullivan, chegou esta terça-feira a Pequim, numa visita rara, que deverá durar até quinta-feira.

Já nem sabíamos bem o que isto é: Jake Sullivan está na China. Esta viagem é a primeira desde 2016 de um conselheiro de segurança nacional da Casa Branca.

Sullivan ocupa um cargo chave no poder executivo norte-americano e sua visita à China deverá prolongar-se até quinta-feira, num contexto de tensão com os principais aliados de Washington no Oriente.

O avião do conselheiro norte-americano aterrou em Pequim pouco antes das 14h00 locais (07h00 hora de Lisboa). À sua chegada, foi recebido pelo embaixador dos Estados Unidos na China, Nicholas Burns.

Jake Sullivan deverá manter conversações com Wang Yi, o chefe da diplomacia chinesa.

O encontro é a demonstração de como China e Estados Unidos estão a tentar manter um diálogo apesar das suas diferenças, mas o contexto conturbado.

O Japão, signatário de um tratado de segurança com os Estados Unidos, enviou caças na segunda-feira, na sequência da incursão sem precedentes de um avião militar chinês no seu espaço aéreo. Tóquio considerou o incidente como uma “grave violação” da sua soberania.

Por outro lado, as Filipinas, que estão ligadas aos EUA por um tratado de defesa mútua, acusaram esta terça-feira a China de ser o “maior perturbador” da paz na região, na sequência de uma série de confrontos com navios chineses no Mar do Sul da China.

As relações bilaterais entre Estados Unidos e China permanecem tensas, com os diferendos comerciais, a expansão chinesa no Mar do Sul da China e a questão de Taiwan como obstáculos.

O que terão EUA e China para tratar?

Taiwan

Quanto a Taiwan, a China reivindica a ilha democraticamente governada como parte do seu território e intensificou a intimidação nos últimos anos.

Os Estados Unidos vão “expressar a sua preocupação com o aumento da pressão militar, diplomática e económica da China sobre Taiwan”, de acordo com um funcionário norte-americano.

“Estas ações são desestabilizadoras e correm o risco de uma escalada”, declarou aos jornalistas.

A China “irá expressar as suas sérias preocupações, clarificar a sua posição firme e fazer fortes exigências relativamente a Taiwan”, avisou a televisão estatal chinesa.

A China critica regularmente os Estados Unidos, que acusa de apoiar tacitamente o movimento pró-independência, apesar de não ter relações diplomáticas com Taiwan.

Filipinas

Jake Sullivan deverá discutir também a questão do Mar da China Meridional, onde as tensões entre a China e as Filipinas se intensificaram nos últimos meses devido a reivindicações territoriais.

Médio Oriente

A situação no Médio Oriente também estará na ordem do dia, sendo que a China critica regularmente o apoio dos EUA a Israel, enquanto Washington insta Pequim a utilizar as suas relações com o Irão para apelar à contenção de Teerão.

A visita do conselheiro norte-americano ocorre antes das eleições presidenciais americanas de novembro.

Em caso de vitória, a atual vice-presidente Kamala Harris, candidata à sucessão de Joe Biden, deverá manter um diálogo com a China, mantendo uma política de pressão.

O seu adversário, o antigo Presidente Donald Trump, prometeu adotar uma postura mais dura se regressar à Casa Branca.

ZAP // Lusa

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