Secretária de Comércio dos EUA vai deixar o cargo – mas antes vai gastar o máximo possível em alta tecnologia, até Janeiro.
Entre as várias nomeações recentes de Donald Trump, uma menos mediática foi a escolha de Howard Lutnick.
O presidente do banco de investimento Cantor Fitzgerald vai ser o Secretário do Comércio dos EUA, prevendo-se uma postura proteccionista e anti-China.
Mas o que também se prevê é que, quando Howard Lutnick assumir o cargo, encontre um departamento…com pouco dinheiro.
Gina Raimondo ainda é a Secretária do Comércio dos EUA. E tem uma missão urgente: gastar o máximo possível em alta tecnologia antes de Donald Trump tomar posse em Janeiro.
Ou seja, a sua missão urgente é deixar o futuro presidente sem dinheiro, resume o Politico.
Enquanto ainda ocupa a Casa Branca, a administração Biden quer gastar quase todos os dólares que ainda não foram gastos no seu programa de subsídios de microchip.
É o CHIPS and Science Act: o Congresso atribuiu 50 mil milhões de dólares – cerca de 47,5 mil milhões de euros – em subsídios para a fabricação e investigação e desenvolvimento de semicondutores.
“Gostaria de ter quase todo o dinheiro comprometido quando sairmos. Esse é o objectivo, e certamente quero que, no que diz respeito às empresas de topo, todos os principais anúncios já tenham sido feitos”, admitiu a responsável, em entrevista ao Politico.
Mas, para já, só duas grandes empresas estão “fechadas”. Gina ainda tem de assinar contratos com: Intel, Micron, Samsung e SK hynix. Cada um será um contrato bilionário, difícil, exige renegociações.
Mas Gina Raimondo tem mesmo pressa: já disse aos seus funcionários que é para trabalhar também durante o fim-de-semana, e até fez telefonemas pessoais para directores de empresas de tecnologia para acelerar as negociações.
“Agora, algumas pessoas chamam-me Secretária de Tecnologia – e está certo”, comentou.
A sua mente está “focada”: tudo tem que estar gasto antes de 20 de Janeiro, dia da tomada de posse do futuro presidente Donald Trump.
Mesmo quando o Partido Republicano tomar conta de tudo, Gina espera que estes acordos não sejam revogados, já que o CHIPS and Science Act foi aprovado pelo Congresso (câmara alta e baixa) com apoio dos dois partidos. “E ainda hoje tem um grande apoio bipartidário”, assegurou a Secretária do Comércio.