Milhares de pessoas (e os seus cães) doam cabelo para absorver um enorme derrame de petróleo

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María de los Ángeles Graterol / Tal Cual

Voluntários fazem fila para doar o seu cabelo — por uma boa causa.

Milhares de pessoas estão a cortar o cabelo e a doá-lo para ajudar a absorver um derrame de petróleo na Venezuela —que é tão grande, que pode ser visto do espaço.

No âmbito de uma iniciativa para ajudar na limpeza do Lago Maracaibo, na Venezuela, milhares de pessoas estão a cortar e doar o seu cabelo (e o dos seus cães) a uma associação ambientalista.

Os ambientalistas estão a usar o cabelo doado para tecer redes que são aplicadas nas zonas mais poluídas do lago, impedindo a propagação das manchas de petróleo.

Este invulgar método, usado há décadas, é uma ferramenta com comprovada eficácia na limpeza de petróleo.

Outrora um símbolo da riqueza dos depósitos petrolíferos da Venezuela, um dos maiores produtores mundiais de crude, as manchas de petróleo bruto que ao longo dos anos foram poluindo o Lago Maracaibo atingiram uma dimensão de tal ordem que podem ser vistas do espaço.

Agora, reporta o The Washington Post, uma jovem ambientalista está a tentar reverter o crescimento da poluição do lago venezuelano pedindo a voluntários que doem o seu cabelo para absorver o petróleo.

“Milhares de pessoas já doaram o seu cabelo, e algumas até trouxeram os seus cães para contribuir para esta causa”, explica Selene Estrach, de 28 anos, fundadora da organização ambientalista venezuelana Proyecto Sirena, responsável pela iniciativa.

Os cabelos recolhidos pela equipa de Estrach vão ser usados para tecer redes — chamadas boias — que, além impedir a propagação das manchas, conseguem mesmo absorver o próprio petróleo.

Segundo Estrach, dois quilos de cabelo podem absorver de 5 a 7,7 quilos de petróleo. Mas, considerando que caem ao lago mil barris de petróleo por dia, com os recursos de que dispõe atualmente a organização necessitaria de 381 anos para limpar todo o crude que polui o lago.

O passo seguinte, explica a ambientalista, é desenvolver uma forma de espremer com segurança e descartar o petróleo, para que as boias possam ser reutilizadas.

O trabalho de Estrach segue os passos de ambientalistas que têm estado a explorar este método há décadas.

Em 1989, Phillip McCrory, um cabeleireiro do Alabama, nos EUA, criou o protótipo de um dispositivo de limpeza de petróleo feito de cabelo humano — um dispositivo que, segundo um estudo de 1998a NASA testou e considerou eficaz.

ZAP //

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1 Comment

  1. Desgraçado Povo ao que chegou, para além de passar fome agora têm que doar o cabelo, é caso para dizer levam o coiro e cabelo!

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