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Para onde foi o dinheiro? A “cair aos pedaços”, Metro de Lisboa investiu menos de 1% do previsto

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Metro previa executar 66,2 milhões com dinheiro do PRR: ficou-se pelos 565 mil euros e volta a culpar atrasos nos concursos e expropriações. Prejuízos atingiram os 24 milhões.

Depois de os novos dados do Metro de Lisboa terem levantado preocupações graves sem solução próxima nas infraestruturas, com cada vez mais elevadores e escadas rolantes avariados, o Metropolitano de Lisboa registou uma execução muito aquém do esperado no que toca aos investimentos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em 2023.

Embora tivesse planeado um investimento de mais de 66 milhões de euros, a empresa só conseguiu concretizar 565 mil euros — menos de 1% do valor orçamentado.

Os principais projetos afetados foram a extensão da linha Vermelha e a construção de um metro ligeiro de superfície entre Loures e Odivelas.

Linha Vermelha: desvio de 54 milhões

No caso da linha Vermelha, onde estava previsto o prolongamento entre São Sebastião e Alcântara, o desvio face ao orçamento foi superior a 54 milhões de euros. A empresa, citada pelo Jornal de Negócios, procurou justificar-se com atrasos nas expropriações e na finalização do concurso.

A seguir à Linha Azul, a Linha Vermelha é a mais afetada pelos elevadores e escadas rolantes avariados, com uma taxa de inoperacionalidade de 24,39%.

A Metro culpa a “não realização dos custos previstos com expropriações, na ordem de 34,6 milhões de euros” e o “atraso na finalização do concurso devido à necessidade de rever peças do procedimento e de responder às pronúncias apresentadas pelos concorrentes, com consequente atraso na assinatura do contrato”, adjudicado a um consórcio liderado pela Mota-Engil por um valor superior a 321 milhões de euros.

Este atraso levou o próprio ministro das Infraestruturas a alertar para o risco de o Metro não cumprir os prazos do PRR.

Loures e Odivelas: obras de 527 milhões por começar

No que diz respeito ao metro de Loures e Odivelas, também se verificaram atrasos na fase de adjudicação, o que impediu o início das obras, apesar de o orçamento prever a conclusão da fase de projeto e as verbas para as expropriações.

O projeto tem um orçamento total de 527,3 milhões de euros, dos quais 390 milhões são financiados pelo PRR.

Neste caso, a empresa culpa “atrasos na finalização do concurso por necessidade de rever peças do procedimento, o que implicou que os trabalhos não tivessem início em 2023, cujo orçamento considerava como concluída a fase de projeto de execução”.

99% abaixo do previsto

O relatório de 2023 do Metropolitano salienta ainda que o total do investimento realizado, que somou 90,1 milhões de euros, representou apenas 42,8% do valor orçamentado, com vários projetos a registarem taxas de execução muito baixas.

A empresa culpa as condições de mercado no pós-pandemia, o impacto da guerra na Ucrânia, e a escassez de matérias-primas, além de atrasos nos procedimentos administrativos.

O conselho fiscal do Metropolitano destacou a baixa execução dos projetos financiados pelo PRR, referindo que nos principais projetos as taxas de execução foram de 99% abaixo do previsto, e alertou para o risco de comprometer os objetivos de desenvolvimento económico e social associados a esses investimentos.

Tomás Guimarães, ZAP //

2 Comments

  1. Este Pais é só sacar dinheiro aos Contribuintes, já nem se preocupam se são apanhados ou não o que interessa é desviar Milhões , depois os Tribunais arranjam Maneira de não conseguir provar nada porque até os juizes Têm o rabo preso

  2. Há empresas que simplesmente NÃO PODEM ser só do Estado, ponto! O Metro de Lisboa aos poucos está a tornar-se numa C.P. no que toca a este tipo de situações…

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