Os mestres da Soflusa confirmam a greve de 24 horas nos dias 8, 9 e 10 de julho. Além disso, a partir de dia 6 entra em vigor o pré-aviso de greve às horas extraordinárias.
A confirmação foi dada à Renascença por Carlos Pinto, membro da comissão de mestres do Sindicato dos Transportes Fluviais e Costeiros.
Para estes trabalhadores, o Governo e a administração têm que honrar o compromisso assinado no dia 31 de maio, que lhes atribui mais 60 euros no prémio de chefia. No entanto, esse prémio está suspenso porque não tem cobertura legal e orçamental. Além do prémio de chefia, os mestres querem os aumentos ao abrigo do acordo de empresa para 2020 e que estão a começar a ser discutidos.
A administração apresentou uma proposta de aumento de 40 euros para os mestre e maquinistas, 30 para os inspetores e chefes de estação e 20 para os outros trabalhadores, em que se incluem os marinheiros. Metade deste aumento mensal entraria em vigor ainda este ano e o restante, em 2020.
Alexandre Delgado, presidente do Sitemaq, põe em causa o princípio e relembra que os aumentos têm que ser iguais para todos. Também José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans, se mostra desiludido com a proposta da administração. Diz que é insuficiente e acaba por aprofundar as divisões que já existem.
Os utentes da Soflusa mostraram-se já “cansados” das constantes supressões das ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa. “Já estou a ser prejudicado há anos”, disse à Lusa o passageiro Alexandre Custódio, de 34 anos. “Estou neste momento a considerar tirar o dia de férias pelo atraso que já está verificado na minha previsível chegada, porque depois disto ainda temos Carris com problemas, metro com problemas, CP com problemas. É aleatório, tanto posso demorar uma hora como duas a chegar ao trabalho, bem como a voltar”, explicou.
Os sindicatos e a administração voltam a encontrar-se no dia 11 de julho.