Merkel apelou ao voto em Armin Laschet durante debate no Parlamento

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Daniel Kopatsch / EPA

A chanceler alemã Angela Merkel

A chanceler alemã reafirmou, esta terça-feira, no Parlamento, o apoio ao candidato do seu campo conservador, apelando ao voto em Armin Laschet, que enfrenta dificuldades a menos de três semanas das eleições legislativas.

“A melhor via para o nosso país é um governo dirigido pela CDU e pela CSU (o aliado bávaro) com Armin Laschet como chanceler“, declarou Angela Merkel, naquele que terá sido provavelmente o seu último discurso aos deputados antes do escrutínio, marcado para 26 de setembro.

“O seu Governo será marcado pela estabilidade, fiabilidade e moderação e é isso que a Alemanha precisa”, adiantou a atual chanceler no Bundestag.

Merkel considerou ainda que as próximas eleições são “especiais” porque se trata de decidir “a orientação” do país “em tempos difíceis”.

Tendo estado afastada da campanha eleitoral, a chanceler, que se prepara para deixar a política após 16 anos à frente do Governo, mudou de estratégia nas últimas semanas face às indicações desastrosas para a União Democrata-Cristã (CDU) nas sondagens.

Dirigido pelo pouco popular Armin Laschet, o campo conservador recolhe atualmente à volta de 20% das intenções de voto, atrás da surpresa desta campanha, o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD, cerca de 27%).

 

A CDU e a CSU, que obtiveram 32,9% dos votos em 2017, não pararam de descer nas sondagens durante o verão, prejudicadas sobretudo pelo modo como foi percecionada a gestão da questão das inundações catastróficas em meados de julho.

Pouco apreciado pelos alemães depois de ter lutado para se impor como candidatos dos conservadores, Laschet alargou a sua equipa de campanha para incluir especialistas, sobretudo nas áreas do clima e da economia.

A chanceler já tinha defendido Armin Laschet no domingo durante uma visita às zonas afetadas pelas inundações. Também multiplicou nas últimas semanas as deslocações ao seu lado e atacou o SPD, dirigido por Olaf Scholz, o ministro das Finanças da coligação governamental conduzida por Merkel.

// Lusa

3 Comments

    • A Merkel foi a melhor coisa que podia ter acontecido à Europa nas últimas décadas. Vai haver um período antes e depois da Merkel. E estou convicto que o pós-Merkel vai ser muito pior. Foi o que valeu à Europa. E quem anda nos centros de decisão sabe isso perfeitamente.

      • Foi o que valeu à Europa, foi…
        Sacrificar os europeus servindo os grandes interesses económicos, prejudicando a coesão da UE e pondo os países uns contra os outros numa altura de crise, promovendo a privatização de empresas publicas e a venda de grandes empresas privadas a interesses externos (por isso os chineses controlam 30% dos portos europeus, etc, etc), foi mesmo “a melhor coisa que podia ter acontecido à Europa nas últimas décadas”!!
        Ou não, e o resultado está à vista…
        Felizmente, depois do Brexit e com a Covid, começou a mudar de atitude, mas o mal que foi feito à Europa pela Merkel e companhia vai ficar bem marcado na história da EU.
        Com o legado que a Merkel deixa à Europa (e mesmo às Alemanha), é natural que as coisas ainda fiquem piores no futuro…

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