Mensagem escrita há 3 mil anos foi finalmente decifrada

Diego Delso / Wkimedia Commons

Egiptólogo francês diz ter decifrado mensagens secretas gravadas num obelisco egípcio com 3000 anos, construído durante o reinado de Ramsés II.

No exterior do templo de Luxor, no Egito, erguia-se uma estrutura de pedra, com cerca de 12 metros de altura. Ninguém sabia o que estava escrito no obelisco, que está desde desde 1836 na praça Concorde, em Paris, por oferta dos egípcios.

Este misterioso objeto está assinado com dois nomes usados por Ramsés II, e está escrito com hieróglifos, os caracteres egípcios.

Jean-Guillaume Olette-Pelletier, egiptólogo da universidade parisiense de Sorbonne e da Universidade Católica, começou a estudar o obelisco nos seus passeios pelo bairro, descreve a Smithsonian.

“Aproximava-me dele e lia os hieróglifos nas suas superfícies para relaxar”, conta Olette-Pelletier à Sciences et Avenir. “A certa altura, apercebi-me de algo insólito: o significado dos hieróglifos indicava uma direção, a da entrada para o pórtico do Templo de Luxor. Mas isso era apenas o começo.”

O especialista apercebeu-se então de que o pilar continha várias peças de código chamadas cripto-hieróglifos. “Embora alguns egípcios soubessem ler hieróglifos, só certas elites eram capazes de compreender as mensagens ocultas que eles podiam conter, consideradas uma linguagem dos deuses”, conta o investigador.

Depois, o arqueólogo começou a juntar peças. O obelisco erguia-se sobre as margens do Nilo, quando se encontrava em Luxor. Quem chegasse de barco conseguia, portanto, avistar a mensagem. Uma das mensagens destinava-se provavelmente aos egípcios da classe alta que chegavam ao templo para uma festa anual.

“Dado o ângulo de aproximação, a nobreza teria visto a mensagem oculta e refletido: ‘O rei confirma-se como deus encarnado, que não pode ser destronado'”, acrescenta Olette-Pelletier. “Era uma propaganda dirigida a uma elite intelectual muito elevada“.

“A utilização da criptografia hieroglífica permite-nos fazer uma nova leitura dos textos faraónicos”, comenta o investigador, que identificou identificou sete cripto-hieróglifos no pilar. “É um exemplo que prova que a Egiptologia ainda tem muitas coisas por descobrir”.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.