Medidas “light” não incomodam restauração, hotelaria nem discotecas. “Deixem-nos é trabalhar”

Patrícia de Melo Moreira / AFP

Os setores do turismo e da restauração consideram que as medidas anunciadas esta quinta-feira pelo primeiro-ministro são moderadas. As discotecas, que terão de encerrar entre 2 e 9 de janeiro, também acreditam que as restrições são “exequíveis”.

A partir do dia 1 de dezembro, a máscara é obrigatória em hotéis e restaurantes, assim como a apresentação do certificado de vacinação, de recuperação ou de um teste negativo.

Da mesma forma, os certificados passam a ser obrigatórios para entrar em hotéis, restaurantes, ginásios ou eventos com lugares marcados.

Em declarações ao Expresso, Ana Jacinto, secretária-geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), considera que o certificado “não é um problema – é claro que atrapalha um pouco a operação mas permite às empresas trabalhar. E o que queremos é que nos deixem trabalhar.”

Tornar obrigatório o certificado de vacina para entrada nos restaurantes “não é dramático, já houve tempos em que tivemos de lidar com essa situação”, disse a secretária-geral da AHRESP.

Já para a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), “a maior preocupação era haver restrições às viagens e à atividade económica”.

A apresentação de certificados em hotéis, eventos ou outros espaços fechados “já é o nosso território conhecido, cria um pouco mais de ruído para a operação mas já foi assim e volta a ser assim”, diz a vice-presidente executiva, Cristina Siza Vieira.

“Ter de fazer um autoteste é banal, já não aflige ninguém”, acrescenta.

Ainda assim, este setor vê-se a braços com uma onda de cancelamentos, sobretudo em hotéis de Lisboa e do Algarve, por parte de estrangeiros.

“Havia muito boas expectativas para o Natal e a passagem de ano, mas está a verificar-se que as próprias pessoas se estão a coibir e estamos a verificar cancelamentos de reservas, sobretudo em Lisboa e no Algarve”, elucida a responsável.

Por outro lado, as discotecas, que terão de encerrar de 2 a 9 de janeiro, consideram as medidas “exequíveis”. As restrições também envolvem a obrigatoriedade de apresentação de certificado e de teste negativo de covid, uma medida que não é nova para este setor.

Ao semanário, José Gouveia, presidente da Associação de Discotecas Nacional (ADN), referiu essa semana “já é a da ressaca das festas e não é muito prejudicial“.

“O pior dos cenários era chegar a uma situação de encerramento das discotecas e o grande receio era a passagem de ano. O mês de dezembro representa para as discotecas um terço de toda a faturação do ano”, disse o responsável.

“Todas as medidas anunciadas são exequíveis e ficamos assim mais descansados“, rematou.

ZAP //

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