Médicos Sem Fronteiras recusam financiamento da UE em protesto

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Andrew Quilty / Oculi / MSF

Paciente tratado no Centro de Trauma de Kunduz dos Médicos Sem Fronteiras

Paciente tratado no Centro de Trauma de Kunduz dos Médicos Sem Fronteiras

A organização de ajuda médica internacional não vai aceitar mais financiamento por parte da União Europeia, em protesto contra as políticas na questão da crise dos refugiados.

A organização internacional Médicos Sem Fronteiras decidiu dizer “basta” à União Europeia, recusando qualquer financiamento dos seus estados-membros, escreve a BBC.

Em causa estão as políticas levadas a cabo pelo continente europeu na questão da crise dos refugiados, sobretudo, o acordo estabelecido entre a Europa e a Turquia.

O acordo, conseguido em março deste ano, prevê que todos os migrantes que entrem ilegalmente a partir da Grécia sejam devolvidos à Turquia a troco de um retorno financeiro.

“A MSF anuncia que não vai mais aceitar fundos da União Europeia e dos seus estados-membros, em protesto contra as suas vergonhosas políticas e na sua intensificação dos esforços para afastar as pessoas das costas europeias”, disse a organização em comunicado.

O secretário-geral da MSF, Jerome Oberreit, afirmou em conferência de imprensa que o acordo UE-Turquia “vai contra todos os princípios básicos de assistência às pessoas que realmente precisam”.

No Twitter, a organização diz que não pode aceitar apoio financeiro por parte da UE ou dos estados-membros quando “ao mesmo tempo estamos a tratar as vítimas das suas políticas“.

A MSF garante que nenhum dos seus pacientes vai ser afetado por esta decisão e que, a curto prazo, vão utilizar fundos de emergência para continuarem o seu trabalho.

Segundo a emissora britânica, só em 2015, a organização recebeu 63 milhões de dólares por parte da UE. No geral, 90% dos fundos recebidos pela MSF provêm de fontes privadas.

ZAP

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