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Um medicamento comum utilizado para tratar a diarreia pode ajudar a combater células cancerígenas agressivas

Um fármaco comum prescrito para tratar a diarreia pode ajudar a combater um tipo agressivo de cancro cerebral (glioblastoma), sugere uma nova investigação levada a cabo pela Universidade de Frankfurt, na Alemanha.

Em causa está a loperamida, uma droga vendida comercialmente sob o nome de Imodium, tal como detalha o portal de Ciência IFL Science. Na verdade, cientistas já tinha demonstrado que o fármaco poderia induzir a morte de células de glioblastoma, mas o novo estudo revela agora o mecanismo através do qual esta indução poderá ser feita.

De acordo com a nova investigação, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica especializada Autophagy, a equipa descobriu uma via através da qual o fármaco induz as células até à auto-destruição, num processo catabólico conhecido como autofagia, que significa “alimentação própria”, uma vez que dá origem à degradação de componentes da própria célula.

Regulando positivamente um gene (ATF4) que promove a morte de linhas celulares de glioblastoma, a loperamida poderá, segundo a equipa, ser um fármaco promissor para induzir a autofagia destas células cancerígenas, abrindo consequentemente novos caminhos do ponto de vista teraupêitco para combater este tipo de cancro mortal.

Simplificando: os cientistas pretendem atingir diretamente as células cancerígenas e induzir, especialmente no seu interior, a autofagia, que é um processo de auto-destruição, pondo fim ao crescimento ou mesmo à existência do tumor.

“Os nosso procedimentos com linhas de células mostram que a autofagia pode apoiar o tratamento de tumores cerebrais de glioblastoma”, afirmou o autor principal do estudo, Sjoerd van Wijk, citado em comunicado.

Apesar dos resultados promissores, os cientistas frisam que são ainda necessárias mais investigações para que a loperamida possa ser validada como uma opção de tratamento para este tipo de cancro cerebral. É preciso também encontrar um método de administração da droga para que estas possa atingir o tumor.

A curto prazo, a equipa vai estudar mais sobre a vida encontrada, pretendendo também identificar outros potenciais medicamentos com um efeito semelhante.

Sara Silva Alves, ZAP //

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