Os “festivais da canção” submarinos têm explicação (en)cantadora

Jean Tresfon / PLOSone

As jubarte, ou baleias-corcunda (Megaptera novaeangliae), assim chamadas devido à enorme dimensão das suas barbatanas

Uma mecanismo (en)cantador, pulmões de “alta competição” e o grito de ordem nos oceanos: as baleias de barbas são um ser, verdadeiramente, diferenciado.

Os biólogos desvendaram, finalmente, o mistério por trás dos cânticos entoados pelas “baleias de barbas”.

As baleias de barbas são conhecidas pela emissão de sons melodiosos que viajam grandes distâncias debaixo de água.

Apesar de as primeiras gravações destas “canções” terem sido captadas na década de 1970, só recentemente os investigadores começaram a compreender a variedade de sons produzidos por estes mamíferos.

Uma equipa liderada por Coen Elemans da Universidade do Sul da Dinamarca levou a cabo uma investigação que examinou as laringes de três baleias de barbas: uma baleia-sei, uma baleia-jubarte e uma baleia-anã do norte.

Ao contrário de outros mamíferos, onde o som é produzido quando o ar flui através da laringe fazendo com que as dobras de tecido vibrem, as baleias de barbas têm um mecanismo único.

O estudo, publicado recentemente na Nature, revelou que as laringes apresentam uma almofada de gordura de um lado, que vibra para criar som quando o ar é empurrado contra ela. É uma adaptação evolutiva nunca antes vista.

Além disso, como destaca a New Scientist, as baleias de barbas têm a capacidade de reciclar o ar dentro dos pulmões – uma característica útil para períodos prolongados debaixo de água. E como? O ar expelido através da sua traqueia e laringe pode ser direcionado para um saco que, em seguida, contrai, empurrando o ar de volta para os pulmões.

Os investigadores notaram ainda que estes animais produzem frequências até 300 Hertz a profundidades de 100 metros, sobrepondo-se à gama de frequências do ruído gerado por navios.

ZAP //

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