Maus-tratos em lar na Lourinhã. Sopa com restos e galão feito com borras de café

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Uma reportagem da SIC dá conta do cenário de maus-tratos e condições precárias vivido no Lar “Delicado Raminho”, na Lourinhã, distrito de Lisboa.

Os relatos de quem conhece o funcionamento da instituição são prova do mau funcionamento deste lar privado, que aloja cerca de 60 utentes, embora tenha capacidade para 78. Cada um paga, em média, 1.500 euros mensais.

“Cada funcionária recebe uma caixa com 100 luvas e essas luvas são as mesas usadas de pessoa para pessoa, e tem de dar o máximo possível (…) São vários utentes tratados com as mesmas luvas”, diz uma das testemunhas, citada pelo Expresso. “Quem troca a fralda, por exemplo, troca as fraldas de todos os outros utentes com as mesmas luvas”.

A roupa dos idosos é “lavada quase todos os dias sem detergente”, ficando o cheiro a urina e fezes, segundo os relatos ouvidos pela SIC.

A alimentação dos idosos também é precária. Aqueles que estão acamados comem “tudo passado”. O pequeno-almoço são papas feitas com farinha de trigo, adoçante e água e o almoço é “feito com o resto do jantar, com a sopa do jantar do dia anterior triturada com pão, com água”.

“Há uma máquina de café muito antiga e as borras do café são utilizadas para fazer o café com leite dos utentes. São retiradas da máquina e colocadas na panela”, revela uma das testemunhas.

O lar também não tem água quente. Uma fotografia mostrada na reportagem é um aviso deixado por uma das funcionárias, em que se lê: “Pede-se à funcionária da noite da Ala Não Covid que quando forem 7h da manhã coloque água a ferver nos 2 panelões grandes da sopa, para as higienes da manhã. Obrigada!”.

A ministra da Segurança Social assume a gravidade da situação e assegura que a inspeção será feita com a máxima urgência.

A página de Facebook do lar já não está disponível após a divulgação da reportagem da SIC.

O dono do “Delicado Raminho” é o mesmo do Lar Peninsular, no Montijo, que na semana passada foi alvo de denúncias das funcionárias. Lá, os idosos ficavam vários dias sem tomar banho e muitas vezes deitavam-se sem uma única refeição. “De manhã, o mijo chega até cá acima, à cabeça”, revelou uma das funcionárias.

ZAP //

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2 Comments

  1. Não é compreensivel a Segurança Social avisar antecipadamente que vai fazer uma inspeção. Imaginem se as Brigadas de Transito da GNR, antes de fazerem uma operação stop, divulgassem onde e quando vão fazer uma fiscalização! Se avisam antes, ao menos que fizessem as inspeções todas as semanas, para pelo menos uma vez por semana os idosos terem um tratamento decente.

  2. Num caso como este , não sei o que a Sra. Godinho considera “maxima urgência” , talvez o tempo necessário para a mulher de limpeza apagar todo vestígio desta indecência , para não dizer criminosa situação !

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