Máscaras faciais transparentes protegem e facilitam a comunicação

As máscaras faciais transparentes permitem a perceção das expressões faciais enquanto suprimem a dispersão de gotículas respiratórias que espalham a covid-19.

Nos últimos dois anos desde o início da pandemia de covid-19, a utilização de máscaras faciais em público como proteção aumentou em todo o mundo.

A utilização de máscaras é eficaz no controlo da propagação do vírus, mas não é desprovida de efeitos negativos, como esconder as expressões faciais,

Assim, é por vezes difícil ler as expressões dos indivíduos que estão a utilizar uma máscaras, afetando a comunicação e interação. A utilização de máscaras faciais transparentes pode atenuar os efeitos das máscaras faciais cirúrgicas.

Uma equipa de investigadores japoneses, liderada por Jun I. Kawahara da Universidade de Hokkaido e por Yuki Miyazaki da Universidade de Fukuyama investigaram os efeitos do uso de uma máscara transparente sobre a perceção das expressões faciais. As descobertas foram publicadas na i-Perception, a 15 de junho.

Em comparação com uma máscara facial cirúrgica, é muito provável que as máscaras transparentes permitam uma melhor perceção das expressões faciais.

Além disso, a grande maioria dos estudos sobre os efeitos das máscaras faciais na perceção das expressões faciais foram realizados em países ocidentais.

Os sinais utilizados para a compreensão das expressões faciais diferem entre o Oriente e o Ocidente, e os autores pretendiam verificar se os estudos do Ocidente poderiam ser aplicados ao Oriente, segundo noticia a Science Daily.

A equipa conduziu duas experiências separadas, uma com imagens de faces femininas e a outra com imagens de faces masculinas, a expressando um conjunto de expressões. As imagens foram retiradas de uma base de dados, e foram manipuladas de modo a que cada imagem estivesse disponível em três versões: sem máscara, com uma máscara cirúrgica e com uma máscara transparente.

Os voluntários visualizaram uma série aleatória de imagens, uma de cada vez, e foi-lhes pedido que determinassem a expressão facial de cada imagem.

Em ambas as experiências, utilizando rostos masculinos e femininos, puderam confirmar que o uso de máscaras cirúrgicas tendia a perturbar a perceção das expressões faciais, tornando-as mais difíceis de reconhecer.

 

 

A capacidade de reconhecer o medo e a felicidade eram as mais afetadas, sendo os rostos felizes constantemente mal classificados como neutros, e os rostos com medo mal classificados como chateados ou surpreendidos.

Contudo, em ambas as experiências, o uso de máscaras transparentes não causou qualquer efeito negativo na perceção das expressões faciais.

Em ambas as experiências, a perceção da emoção facial não foi influenciada pelo sexo dos participantes ou pelos modelos faciais.

O estudo mostra que as máscaras faciais transparentes, que suprimem as gotículas respiratórias, não ocultam as expressões faciais. Houve também algumas limitações ao estudo, devido à manipulação digital das imagens utilizadas.

O efeito das máscaras transparentes, por exemplo, sob várias condições de iluminação do mundo real pode ser diferente. As pessoas podem também comunicar de forma diferente enquanto utilizam máscaras faciais.

São necessários mais estudos para determinar se os fatores culturais desempenham um papel importante na perceção da expressão facial ocultada pelas máscaras.

Alice Carqueja, ZAP //

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