Psicóloga Marta Gautier fala sobre o divórcio. Explica a “decalage na evolução” por causa da dor. E lembra uma frase “fortíssima” da avó.
Uma conversa sobre divórcio. Um assunto complexo, quer antes de acontecer, quer durante, quer depois, em muitos casos.
A psicóloga Marta Gautier lembra frases do seu livro mais recente Um lugar tranquilo.
O excerto do livro: “Quando decidi separar-me do meu marido senti-me uma cabra. Mal-agradecida, caprichosa, destruidora de lares, como diz a expressão antiga Sinto-me, até hoje, uma cabra”.
Agora, a análise da própria autora: “Apesar do ar meio leve, da linguagem de rua, é uma coisa fortíssima, grave”.
“É como se houvesse um desfasamento entre o que pensas como mulher moderna e evoluída, e o que corre nas nossas veias em termos de inconsciente colectivo, de gerações: as mulheres que não se podiam divorciar, e isso ainda é muito recente, a culpabilidade muito grande”, explica, na SIC.
Marta recorda uma frase “fortíssima”, não sua, mas da sua avó, para falar sobre as hesitações de uma mulher (e as suas) antes do divórcio: “Ela dizia ‘Se ele não bate, não bebe, não tem outras, separar porquê?’“.
E como nada disto se passava no seu casamento… “Parecia-me um capricho, sentia-me leviana, uma cabra” – e ainda entram os filhos no contexto: “Os filhos sem querer exploram, ao mostrar que foi a mãe que quis separar; fica a mágoa de expiar uma culpa, de pedir desculpa por gestos subtis. É um assunto super delicado!”.
“Continua aquela ideia de que o casamento é para a vida. Não concordamos mas há o pensamento ‘eu ainda sou dele, e tentava travar-me e educar-me neste sentido'”.
No seu caso, o divórcio foi um processo “convulso”, com duas ou três separações antes da definitiva. “Sentia sempre que estava a fazer uma maldade”, confessou.
Maldade em que sentido? “Pensava sempre: como é que ele se vai organizar? Sem mim, como?”.
As mulheres estão anos a pensar no divórcio, a “cozinhar” o assunto, e muitas vezes nem dizem às amigas mais próximas. Sempre a pensar na “culpa”. E até seria mais fácil se o marido tivesse cometido um erro. Para os homens, é muito mais fácil se for a mulher a decidir.
Aqui, entra um aviso em relação à pressão da sociedade. Não no sentido delas, mas no sentido deles: “Dizem que a sociedade pressiona as mulheres. Mas eu acho que a sociedade pressiona muito mais os homens neste sentido: ‘como é que tu vais abandonar uma família?’. Ele tem esse peso de ‘isto, quando se leva, leva-se até ao fim'”.
Marta Gautier olha para História para analisar a “décalage de evolução” da dor: “A mulher evoluiu por causa da dor. Num sistema patriarcado, os homens foram poupados e mimados. E assim a mulher põe-se na armadilha em que toma conta de tudo”.
A psicóloga ainda abordou um aspecto curioso: os homens actuais não sabem como fazer as mulheres felizes. Porquê? “Porque nunca viram o pai ou avô a esforçar-se para fazer a mãe ou avó felizes”.
Assim, “não percebem muito bem o que a mulher quer – e a mulher tem a arrogância de querer que o homem adivinhe!“.
Um exemplo do que a mulher gosta: da insistência do homem em querer saber o que ela tem, naquelas conversas normais “estás bem?” e ela responde “sim”, mas ele repara e, mais tarde, vai voltar ao assunto para tentar ajudá-la. Está a cuidar dela.
A mulher tem estas respostas, guarda-se, porque “está em silêncio há muitos séculos”. Já o homem “acobarda-se neste trabalho” da insistência, “mas é um trabalho que tem de ser feito”.
Visão profundamente unilateral, feminista, politica até sobre um assunto muito complexo: O Divórcio!
Neste, como noutros assuntos, as mulheres não têm o monopólio da responsabilidade, do sentimento de culpa ou do sofrimento.
As mulheres têm que decidir de uma vez por todas o que são: Elementos iguais na sociedade moderna ou eternas vitimas que necessitam proteção.
Ainda…
Diz a psicóloga «…os homens actuais não sabem como fazer as mulheres felizes. Porquê? “Porque nunca viram o pai ou avô a esforçar-se para fazer a mãe ou avó felizes”.»
Digo eu (do alto da minha ignorância): Sabem as mulheres atuais ou as de antigamente, fazer os homens felizes? Ou a obrigação de fazer o cônjuge feliz, cabe apenas aos homens?
Pergunto, porque sempre que ouço a questão abordada, parece-se assumir a felicidade como um estado inerente ao bicho homem e que a este, cabe a eterna tarefa de fazer a mulher (coitada!) feliz.
Antes que venham com tretas.
Sim,claro que há exceções!
Mas no geral, exceto os hipócritas (de sempre em todas questões), todo o ser humano sabe estas duas coisas:
Inconscientemente, o homens desde “naquele dia que desperta para a coisa (ou o coiso)”, só quer uma Mulher Bonita e sim repito, Boa e Bonita (mais nada) e até pode ser a prima…!
E da mesma forma, a mulher naquele dia que desperta para dar continuidade ao SER, só quer um homem que lhe garanta confortavelmente essa tarefa, ou seja: Rico e de preferência bem constituído, são os requisitos PONTO. (A inteligência é treta), não interessa nada!
Ora todos vemos, que não existe Mulher Boa e Bonita casada com Pé Rapado, no mínimo será feio, mas tem que ser rico!!!
Posto isto, será assim tão complicado perceber porque razão a taxa de divórcios anda nos 70%???
E não estou a dizer que os restantes 30%. são os ricos com as boazonas.
O que eu acho mesmo, é que o ser humano naturalmente (como outros animais), não quer uma relação monogamica para a vida toda…
A ver vamos, daqui a mais uma ou duas gerações…
Pq acham q as mulheres sao deixadas pela sociedade? O homem age por amor e a mulher por conveniência e falsidade!
Mas agora a sociedade ja nao quer saber..acabaram-se as ajudas! Agora é tarde!
Se não tivesse ameaçado a minha com divórcio caso não engravidasse ainda hoje não teria um filho.