Jornada para esquecer do Sporting em Marselha.
A formação lusa, que vinha de duas vitórias consecutivas, a última sobre o poderoso Tottenham, até começou bem, marcou primeiro, mas uma sequência de erros inacreditáveis de António Adán, o último dos quais que lhe valeu o vermelho direto, deixou o “leão” à mercê do Marseille, que marcou três até ao intervalo e mais um no segundo tempo. A formação de Alvalade só poderá tirar lições deste encontro, para crescer e tentar cimentar o bom arranque de campanha, de olho nos oitavos-de-final.
Antes de completado o primeiro minuto já o Sporting estava na frente. Trincão fugiu pela direita, passou alguns adversários, fletiu para o meio e rematou colocado de pé esquerdo para o 1-0.
Porém, o pesadelo estava para vir. Adán, numa tentativa de pontapear a bola para longe, acertou em Alexis Sánchez (14′) e a bola encaminhou-se para o fundo das redes leoninas.
O chileno fez o segundo aos 16 minutos, mas o lance foi anulado por fora de jogo, e logo a seguir, novo passe desconexo de Adán acabou em posse de Marseille e Amine Harit fez o 2-1, de cabeça. “Leão” do céu ao inferno num quarto-de-hora.
Pior… aos 23, de novo Adán mal, ao defender com as mãos fora da área, o que levou à sua expulsão. Noite para esquecer do espanhol, e o seu substituto, o jovem uruguaio Franco Israel (saiu Edwards), não melhorou, ao sair-se mal na baliza aos 28 minutos, permitindo a Leonardo Balerdi cabecear facilmente para o 3-1.
Catástrofe na baliza do Sporting, mas quem não teve culpa foi Amine Harit, o MVP ao intervalo com um GoalPoint Rating de 8.3, com um golo, uma assistência, quatro remates, três enquadrados, um só passe falhado em 18. O melhor “leão” era Francisco Trincão, com 6.0.
No segundo tempo o Sporting reorganizou-se e tentou ir atrás do prejuízo, assumindo um pouco mais a bola no meio-campo contrário, mas sem grande presença no último terço para criar verdadeiro perigo.
Nos últimos minutos, aliás, voltou a perder muitas bolas no seu próprio meio-campo, deixando-se recuar perante um Marseille que cada vez mais se sentia confortável e confiante. Até aos 84 minutos surgiu o 4-1. Após um lance confuso, o central ex-FC Porto, Chancel Mbemba, recolheu a bola e rematou para o fundo das redes.
Até final, destaque para um lance de Alexis Sánchez, que podia ter colocado o marcador na “mão cheia”, mas sem ninguém na baliza, atirou às malhas laterais. Um jogo para esquecer do Sporting em Marselha.
Melhor em Campo
Os erros ajudaram o Marseille, é certo, mas tal não explica tudo. A exibição de Amine Harit, melhor em campo com um GoalPoint Rating de 8.3, também ajudou sobremaneira à goleada gaulesa.
O atacante francês foi um autêntico pesadelo para a defesa leonina, graças à sua capacidade física, agilidade, técnica e movimentação imprevisível, terminando com um golo, uma assistência e excelentes números de passe.
Destaques do Marseille
Alexis Sánchez 8.1
A “ratice” do chileno ficou patente no lance do 1-0, ao prever que Adán poderia errar naquele pontapé para a frente. Foi assim que fez o 1-0, e poderia ter marcado mais, pois foi o mais rematador do jogo (5) e desperdiçou uma ocasião flagrante. Criou ainda uma flagrante em três passes para finalização, fez um passe de ruptura e somou sete acções com bola na área leonina.
Chancel Mbemba 7.6
O ex-Porto reencontrou o Sporting e fez das suas. Sólido a defender, com quatro desarmes, teve liberdade suficiente para realizar quatro conduções aproximativas, um dos máximos do jogo. E depois, perto do fim, fez o 4-1.
Nuno Tavares 4.6
Voluntarioso, lutador, mas faltou-lhe clarividência para realizar um bom jogo, terminando como o pior elemento do Marseille. Nenhum dos seus cinco cruzamentos foi eficaz, completou apenas três das 11 tentativas (máximo) de drible, perdeu 25 vezes a posse de bola (máximo), cinco delas no primeiro terço (também valor mais alto) e foi desarmado cinco vezes (máximo). De positivo as 11 recuperações de posse.
Destaques do Sporting
Marcus Edwards 5.9
O melhor entre os “leões”, apesar do pouco tempo em campo, o que diz muito do jogo. O inglês fez uma assistência, criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização e um passe de ruptura. Saiu cedo, para entrar Franco Israel.
Francisco Trincão 5.5
O extremo entrou muito bem e, no primeiro minuto, já tinha um golo marcado. Depois foi desaparecendo, à medida que os acontecimentos se iam desenrolando, desfavoráveis ao “leão”. Fez ainda quatro conduções aproximativas, uma super aproximativa.
Paulinho 5.4
Muito só na frente, acabou anulado pela defesa francesa. Ainda assim foi o jogador mais carregado em falta (4) e em apenas 45 minutos (entrou ao intervalo).
Hidemasa Morita 5.3
O japonês fez o que pôde. Não esteve particularmente inspirado no passe, mas lutou, tendo registado sete recuperações de posse e três desarmes, e ganhou os dois duelos aéreos ofensivos em que participou.
Franco Israel 3.4
Entrou “a frio”, o que acaba por explicar um pouco as responsabilidades que teve no 3-1, após uma má saída dos postes. Acabou o jogo com uma só defesa.
Antonio Adán 2.29
Inesperado. O experiente guardião acumulou inúmeros erros em 23 minutos, o primeiro que deu golo francês numa má reposição, o segundo, também num mau passe, que deu posse ao adversário antes do golo, e depois com uma defesa fora da área que lhe valeu o cartão vermelho. Com os anos de futebol, deveria ter controlado melhor o desnorte mental de que foi acometido.
Resumo
// GoalPoint