“Já vai tarde”: Mark Rutte abandona política

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Remko De Waal/EPA

Mark Rutte

Primeiro-ministro dos Países Baixos, recordista no país, vai dedicar-se a outras rotinas a partir do Outono. Oposição já reagiu.

Mark Rutte, o primeiro-ministro holandês há mais tempo em funções, vai deixar a política.

O ainda líder do Executivo dos Países Baixos anunciou nesta segunda-feira que vai abandonar a política depois das eleições legislativas antecipadas, que vão decorrer em Outubro ou Novembro.

Estas eleições vão decorrer devido à demissão do Governo, anunciada na sexta-feira passada.

O Governo de coligação, formado por quatro partidos, envolveu-se em disputas internas por causa das políticas de imigração; não chegou a acordo para limitar o número de pedidos de asilo de refugiados.

“Quando um novo governo tomar posse, depois das eleições, deixarei a política“, afirmou Mark Rutte, líder do Partido Popular para a Liberdade e Democracia.

“É uma decisão pessoal, independentemente dos acontecimentos das últimas semanas”, assegurou.

Rutte é primeiro-ministro holandês desde 2010, sempre a liderar Governos de coligação – e sempre a “escapar” a diversas crises e polémicas, que nunca o atingiram directamente durante estes 13 anos.

Oposição satisfeita

Geert Wilders, líder do Partido para a Liberdade (terceiro partido mais botado em 2021), elogiou a “decisão corajosa” do primeiro-ministro, que “respeita”, embora discorde de quase tudo: “Teria tomado decisões diferentes em quase tudo, mas estou convencido de que ele pensava que estava a fazer o melhor pelos Países Baixos”.

Dos Verdes, Jesse Klaver considera que este é um “momento histórico”, enquanto Attje Kuiken (Trabalhistas) ficou com sensações mistas: gratidão e respeito, mas considera que Rutte colocou o seu gabinete numa crise de forma “imprudente“, por causa da imigração.

Caroline van dar Plas, líder do Movimento de Cidadãos Agricultores, falou numa decisão “muito sábia”, versão reforçada por Lilian Marijnissen, do Partido Socialista, que acha que esta saída “vai ser boa” para o país.

O panorama geral na oposição foi de respeito mas há quem ache que esta decisão é realmente positiva para os Países Baixos – e que deveria ter sido tomada mais cedo.

“Boas notícias!”, reagiu Sylvana Simons (BIJ1). E Farid Zarkan (DENK) disse que Mark Rutte já vai tarde: “É a decisão correcta, mas no momento errado. Já deveria ter saído muito antes“.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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