“Tendência muito preocupante”: armamento nuclear vai aumentar

Central Nuclear de Ascó

Aviso surge no relatório anual de especialistas da Suécia. E os dados foram recolhidos até Janeiro – a guerra na Ucrânia ainda não tinha começado.

“Há indicações claras de que as reduções que caracterizaram os arsenais nucleares globais desde o fim da Guerra Fria chegaram a um fim’’.

Hans M. Kristensen, do Instituto Internacional de Estudos para a Paz, de Estocolmo (SIPRI), resumiu assim o relatório mais recente da instituição, que prevê um aumento do armamento nuclear ao longo da próxima década.

A partir de 1991, oficialmente, o número de armas nucleares tem diminuído no planeta.

nove países com armas nucleares: Estados Unidos da América, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte. Todos estão a “modernizar” o seu armamento nuclear.

Ao longo do ano passado o número de armas nucleares nesses países diminuiu ligeiramente, de 13 mil para 12.700; mas essa queda está relacionada com o desmantelamento de centrais que já não eram utilizadas a nível militar há anos.

E Wilfred Wan, também do SIPRI, alertou: “Todos os países com armas nucleares estão a aumentar ou a actualizar os seus arsenais e a maioria está a aprimorar a retórica nuclear e o papel que as armas nucleares desempenham nas suas estratégias militares. É uma tendência muito preocupante“.

Por isso, o risco de uma guerra nuclear é maior, continuam os investigadores – que recolheram estes dados entre Janeiro de 2021 e Janeiro de 2022. Ou seja, a guerra na Ucrânia ainda não tinha começado.

Hans M. Kristensen não tem certezas mas acredita que a Rússia, como viu que as suas forças “convencionais não são tão boas quanto pensava”, vai focar-se mais em armas nucleares a partir deste ano.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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