AD não atingiu maioria absoluta. Bolieiro reforça que uma vitória nunca é uma minoria, Montenegro aponta questões para “o outro lado”.
A direita parlamentar conquistou a maioria dos deputados da Assembleia Legislativa dos Açores nas eleições de domingo, com a coligação PSD/CDS-PP/PPM, o Chega e a IL a ocupar 31 dos 57 lugares do parlamento.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM garantiu 26 deputados, o Chega cinco e a IL um parlamentar, ou seja, mais dois assentos do que os 29 necessários para assegurar uma maioria absoluta.
Mas, no discurso de vitória, o líder da coligação de direita PSD/CDS-PP/PPM afastou o cenário de acordo pós-eleitoral com o Chega – que seria suficiente para maioria absoluta.
O presidente do PSD/Açores e líder da AD/Açores, José Manuel Bolieiro, disse que irá governar com “uma maioria relativa”, salientando que “uma vitória nunca é uma minoria”.
“Eu governarei com uma maioria relativa. E não se trata de uma minoria, uma vitória nunca é uma minoria, é uma maioria de votos e de mandatos”, disse aos jornalistas, em Ponta Delgada, ao lado do líder social-democrata, Luís Montenegro.
José Manuel Bolieiro disse ainda que não irá “esmagar ninguém”, mas sim “governar os Açores” nos próximos quatro anos.
Questionado como é que se aprovam orçamentos sem maioria no parlamento, respondeu: “Como sempre na democracia europeia e ocidental, desde logo, não se pode colocar as maiorias relativas em crise com coligações negativas na oposição”.
“E, se o fizerem, cada um assume a sua responsabilidade. Foi assim que aconteceu com a rejeição do Plano e Orçamento [para 2024]”, acrescentou.
PS + Chega?
Luís Montenegro destacou o “homem da noite”, José Manuel Bolieiro e assegurou que a coligação de direita tem “condições de governabilidade” para os próximos quatro anos, sozinha.
E apontou a questão para o outro lado: “Não obstante não haver maioria absoluta, a verdade é que só pode haver Governo alternativo a este se todas as outras forças políticas, em particular PS e Chega, se unirem, se coligarem. É portanto desse lado que a questão de alternativa deve ser colocada. Deste lado há todas as condições para continuar a governar”, constata o presidente do PSD.
Luís Montenegro também salientou que as sondagens voltaram a errar – quando apontavam, ainda na semana passada, que o PS iria vencer nos Açores.
O presidente do PSD comentou que a vitória no arquipélago é “uma inspiração” para as legislativas nacionais de 10 de Março.
Pedro Nuno recusa leitura nacional
O secretário-geral do PS recusou fazer leituras nacionais da derrota nas eleições dos Açores, remeteu para os órgãos socialistas regionais a questão do Governo açoriano, mas insistiu que recusará viabilizar um executivo de direita no país.
Perante os jornalistas, Pedro Nuno Santos saudou a coligação PSD/CDS/PPM pela vitória, mas recusou fazer uma leitura nacional da derrota do PS nas eleições regionais nos Açores, contrapondo que o seu partido “continua focado na vitória” nas legislativas de 10 de março.
No plano nacional, deixou uma garantia perante um cenário em que a AD (Aliança Democrática) vença sem maioria nas eleições legislativas de 10 de março: “Não haja ilusões, o PS não viabiliza um Governo de direita”.
Em relação aos resultados nos Açores, e a uma eventual viabilização do Governo da AD, fica o respeito pelos resultados e pela autonomia no arquipélago: “Temos respeito pelos açorianos. O que estava em causa nas eleições regionais era o Governo Regional dos Açores, obviamente. Temos um profundo respeito pela autonomia dos Açores e não me vou substituir aos socialistas açorianos”.
Vasco Cordeiro “aquém”
O candidato do PS a presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, derrotado nas eleições legislativas regionais, assumiu que ficou aquém dos resultados eleitorais que fixou para este sufrágio.
“Os resultados destas eleições são claros e evidentes na demonstração de que a minha candidatura não alcançou o sucesso que eu me propus, que eu desejava (…). Fiquei, assim, aquém dos resultados eleitorais que havia fixado como objetivo para estas eleições”, afirmou Vasco Cordeiro, numa unidade hoteleira em Ponta Delgada.
Questionado sobre o seu futuro enquanto líder do PS/Açores, o cabeça de lista pelos círculos eleitorais de São Miguel e de compensação nada adiantou.
“Todas as decisões que houver para tomar sobre essa matéria e reflexões serão feitas no tempo e no local próprios. E este não é nem o tempo, nem o lugar próprio”, declarou Vasco Cordeiro.
O candidato também não esclareceu sobre se vai ocupar o lugar de deputado na Assembleia Legislativa Regional e se o partido está disponível para viabilizar o governo minoritário da coligação PSD/CDS-PP/PP.
Chega quer acordo
José Pacheco, candidato do Chega (partido que conseguiu cinco deputados), afirmou que a “democracia está viva” nos Açoes.
E apelou a um acordo com a AD: “Só haverá estabilidade governativa nos Açores se houver um acordo de governo para os próximos quatro anos. Vamos trabalhar a partir de hoje, e amanhã, para que esse acordo seja possível”.
ZAP // Lusa
Que punhalada para o radical do PS, o fugutivo que tutelou a TAP. Logo à primeira é derrotado! O que é que ele foi fazer aos Açores? É só lábia. Não tem mais nada.
Parece que os parlamentos se tornarão ingovernáveis…. Tudo por cabeçudos se negam a dialogar.
Assim mais vale nem existirem
Ninguém quer o Chega? E aprovam leis e orçamentos como?
Irresponsáveis!